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Capitulação vergonhosa

Esquerda desnorteada, pede que Moraes nos salve de Bolsonaro

Reforçando o papel repressivo do poder mais reacionário da República e abrindo caminho para novos ataques à esquerda, como o bloqueio das redes sociais do PCO

No último dia 14, representantes de partidos que compõem o movimento “Vamos Juntos pelo Brasil”  se reuniram com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Participaram do encontro pelo PT a presidenta nacional do Partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR); o secretário geral  do PT e deputado federal, Paulo Teixeira (SP); o líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG);  o senador e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, Humberto Costa (PE); o líder da Minoria na Câmara dos Deputados, deputado federal Alencar Santana (SP) e o senador Fabiano Contarato (PT-ES).

Segundo relatou o PT, também estiveram no encontro o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); a presidenta Nacional do PCdoB, Luciana Santos; a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o deputado federal e líder do PSB, Bira do Pindaré (MA), e o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

No encontro,  ainda de acordo com o que foi relatado pelo próprio PT, foi apresentado “um pedido de providências para conter a escalada de casos de violência política que vêm ocorrendo no país“, diante de acontecimentos recentes como o assassinato do tesoureiro municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo  Arruda, em Foz do Iguaçú.

Dois dias depois de votarem em peso (99%) a favor da PEC do estado de emergência, já devidamente qualificada por este Diário como a PEC da compra de votos, ao colocar de imediato nas mãos do governo Bolsonaro a possibilidade de distribuir mais de R$41 bilhões, há menos de três meses das eleições, o que, com certeza, ajuda a campanha do “fica Bolsonaro”, os dirigentes da esquerda parlamentar (em sua maioria, pois também havia políticos de direita, como o golpista Paulinho da Força)  foram pedir “socorro” e medidas de repressão contra Bolsonaro.

Foram suplicar por auxílio a Alexandre de Moraes, o ex-filiado ao PSDB, ex-secretário de segurança pública de São Paulo, na gestão de Geraldo Alckmin (2015-2016), período no qual atuou na repressão de greves de professores e estudantes contra o fechamento de mil escolas, manifestações de estudantes, professores sem teto etc.; fez a repressão policial bater recordes, como nos massacres de Osasco e Barueri, onde 19 pessoas foram assassinadas. O mesmo que foi nomeado para o Ministério da Justiça pelo golpista Michel Temer (MDB) atacou, entre outras, a política de direitos humanos dos governos do PT e foi agraciado com sua indicação para o STF, onde votou – com outros elementos direitistas – a favor de medidas que garantiram a prisão de Lula por mais de 580 dias e asseguraram a fraude que colocou Bolsonaro na presidência.

Foram pedir socorro contra Bolsonaro para quem ajudou a eleger Bolsonaro!

Ao pedir socorro para Moraes e exigir ações repressivas, como multas individuais de  “R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) por ato contra Bolsonaro, que poderão ser – é claro – usadas contra a esquerda e contra todos os que se oponham aos planos da direita golpista que domina o STF e o TSE, principalmente contra Lula e o PT, essa esquerda evidenciou uma vez mais que está depositando suas esperanças nas mesmas pessoas e instituições do regime que promoveram o golpe e levaram o País ao gigantesco retrocesso que vivemos.

Não se passaram nem 24 horas da reunião e Moraes intimou o presidente e estipulou o prazo de dois dias para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifeste acerca da acusação de discurso de ódio.

Por certo que Bolsonaro não vai ser contido por tais iniciativas. E que reforçar os poderes do poder mais conservador e golpista da República não constitui uma política de esquerda, e nem mesmo democrática.

Ainda mais quando isso se faz propondo que se utilizem métodos típicos da direita, como a censura e o cerceamento da liberdade de expressão. Isso pode e, infelizmente, deve custar caro ao PT e a todo o povo.

Tal política se vê replicada em toda a campanha de Lula, com a clara tentativa de conter a mobilização real a favor de sua candidatura, realizando atos (super) controlados, sem convocação e com um evidente esforço dos setores direitistas que (no mínimo) disputam o controle da campanha para conter as declarações de caráter combativo do ex-presidente e uma ampla mobilização popular que leve à radicalização política do País. E pior ainda para a direita, para toda a burguesia, que essa radicalização impulsione a situação à esquerda, com uma ampla mobilização dos setores explorados.

Trata-se das mesmas preocupações de toda a direita golpista, incluindo o seu PIG – Partido da Imprensa Golpista. 

Ela se repete também na maioria dos Estados, onde o PT, maior partido da esquerda e que detém a maior liderança popular do País, entregou a disputa real, a cabeça de chapa (candidatos ao governo e ao Senado) para notórios direitistas e inimigos do povo trabalhador, visando atender aos interesses de seus “aliados”, capitulando diante de políticos falidos que, se tivesses alguma prestígio real e popularidade, não se passariam por apoiadores de Lula, para faturar lealmente. São golpistas que votaram na derrubada de Dilma, que aplaudiram, defenderam etc. a prisão de Lula e que, agora, buscam colher algum dividendo eleitoral.

Eles não tardarão em apunhalar Lula e todo o povo, como já fizeram em mais de uma oportunidade na defesa de seus próprios interesses e dos setores que representam.

Ainda é hora de reagir!

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