O golpe de Estado cumpriu um papel crucial no verdadeiro roubo que os bancos fizeram contra a economia nacional e ao bolso do trabalhador brasileiro. Hoje, segundo os dados publicados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de famílias que possuem contas em atraso em todo território nacional ultrapassou a marca de 30% neste mês de outubro, um aumento de 4,7 pontos percentuais em apenas um ano. É a maior taxa de inadimplência aferida na população desde o início das pesquisas, que teve os primeiros dados de sua série histórica divulgados ainda em 2010.
Segundo a própria pesquisa, hoje, no Brasil, 79,2% das famílias se declaram endividadas, sendo que os juros apenas aumentaram, tendo saltado no Banco Central de 1,9% no início do ano passado, para 13,75%, empurrando para dívidas ainda maiores a grande parte das famílias de trabalhadores brasileiros. Este alto nível de inadimplência é encontrado em todas as camadas sociais, tamanho nível da crise. Contudo, é naqueles que recebem até dois salários mínimos onde os números oficiais batem os maiores recordes, chegando a quase 40% de inadimplência nas famílias por crédito em atraso, de acordo com registros do mês de julho.
Segundo a imprensa burguesa, uma solução é difícil de ser encontrada, ao mesmo tempo que critica qualquer iniciativa de distribuição de renda como prometida pelo recém eleito governo Lula. A imprensa busca, na realidade, esconder os fatos e os verdadeiros culpados por todo este aumento da miséria na população.
As dívidas apenas crescem, pois os bancos estão lucrando mais do que nunca com a falência dos trabalhadores. Com taxas cada vez mais abusivas, o endividamento por crédito no Brasil se tornou, para muitas famílias, um poço sem fim: juros sob juros, os bancos exploram a falta de condições econômicas da população brasileira, que teve durante o golpe de Estado, tanto a economia nacional, quanto a geração de empregos e a falta de aumento dos salários, como fatores determinantes para o endividamento geral das famílias brasileiras.
A única maneira, de fato, de resolver este problema, é levando às últimas consequências a política de reindustrialização do País proposta por Lula. É necessário que o Estado nacional invista pesado na reindustrialização do Brasil e seja a base da geração de novos empregos para toda população. Além disso, é preciso aumentar de maneira emergencial em 100% o salário de todos os trabalhadores brasileiros. Não basta preservar o Bolsa Família, é preciso ter um aumento real do salário suficiente para garantir o sustento dos trabalhadores, e isso passa por uma forte política pública de criação de empregos, industrialização nacional e aumento significativo do salário dos trabalhadores.