Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nessa terça-feira (28), os juros de cartão de crédito das pessoas físicas subiram 8,8% no último mês de outubro, atingindo 399,5% ao ano. Somente em 2022, o custo desse tipo de empréstimo registrou uma alta de 52,1 pontos percentuais, passando de 347,4% ao ano no fim de 2021 para o número recém divulgado.
Tida como a maior do mundo, a taxa de juros de cartão de crédito no Brasil representa um assalto flagrante da burguesia às finanças da classe operária brasileira. Afinal, os bancos não gastam quase nada quando comparado ao que arrecadam por meio dos juros que cobram de seus clientes.
Ao mesmo tempo, a inadimplência de pessoas físicas no Brasil é de menos de 6%, algo que é usado como argumento para sustentar os juros exorbitantes no País. Ou seja, é algo que serve única e exclusivamente para atacar os trabalhadores. Estes, por sua vez, são obrigados a utilizar seus cartões de crédito porque não possuem renda suficiente para pagar as suas contas mais básicas. Logo, se endividam cada vez mais por meio dos juros, algo inevitável caso queiram garantir a sua própria sobrevivência.
Cabe ressaltar que a taxa atual é a maior desde agosto de 2017, quando ficou em 428% ao ano. Desde então, a burguesia avança cada vez mais na entrega do patrimônio brasileiros para o imperialismo, algo que também é feito por meio das taxas de juros. Isso porque esse dinheiro vai parar nas mãos de grandes banqueiros – em muitos casos, de bancos privados – e, consequentemente, na mão do capital financeiro.
Fato é que a crise econômica no Brasil e no mundo não possui perspectiva para diminuir. Enquanto isso, o povo passa fome por não conseguir pagar a sua própria comida e, depois de utilizar os seus cartões de crédito, ficam sem comer por não conseguir pagar a conta do mês seguinte.
A vitória de Lula representou uma grande vitória da classe operária brasileira contra a burguesia golpista. Agora, é preciso ir além e garantir os direitos que foram retirados dos trabalhadores pelo golpe, algo que deve passar, necessariamente, pela estatização de todo o sistema financeiro. Algo que só pode ser atingido por meio de uma imensa mobilização popular que coloque o povo em contradição direta com os grandes capitalistas.