O momento é de crise total. Dezenas de milhões passam fome, enquanto mais outras dezenas de milhões não têm certeza se terão o que comer no dia de amanhã. E é nesse cenário, onde os pais e mães mais desejam que seus filhos tenham acesso à saúde e educação, setores que, naturalmente, os capitalistas enxergam oportunidade de lucrar.
Como noticiado pelo portal de notícias GZH, as escolas particulares aumentaram, no último período de 12 meses, em cerca de 10,6% o valor da mensalidade, um valor que supera até a crescente inflação, que beirou os 7,17%. O trabalhador, que dificilmente consegue comprar tudo o que necessita, deveria, segundo os capitalistas, gastar seu pouco recurso financeiro também na educação, pois, de acordo com eles, ela também é mercadoria.
É fundamental defender um ensino público e de qualidade porque, enquanto a educação for vista como mercadoria, os agentes da burguesia tentarão sempre lucrar em cima do sofrimento dos trabalhadores e da juventude, além de condicioná-los ao jogo de poder em que eles são os donos da bola. Um ensino particular, como já acontece, serve para moldar a juventude ao esquema viciado de cartas marcadas, onde os mesmos poucos lucram em cima dos esforços de uma maioria operária.
Ainda mais agora, no contexto de crise e de crescente exploração da juventude, deve-se lutar pela estatização completa do sistema de educação brasileira. Existem cerca de 6,5 milhões de jovens matriculados no sistema privado, ou seja, 6,5 milhões de famílias que sofrerão com o reajuste ocorrido nas mensalidades deste ano. Em 2020, no começo da pandemia, a aberração do aumento das mensalidades ficou por 4%, um a menos do que no ano passado, que bateu os 5%. 2022 chegou para juntar ambos e ainda aumentar mais. É inviável defender a manutenção desse sistema, que cerceia o acesso à educação para os jovens cujos pais não conseguem pagar uma educação de qualidade.
A juventude, que não consegue trabalho digno e são os primeiros a serem espalhados, são os principais alvos atingidos pelos tentáculos dos imperialistas. Em diversas revoluções, o engajamento dos jovens enquanto linha de frente, mobilizados, foi fundamental, devido ao fato de terem menos o que perder e terem mais condições físicas de se entregarem mais. É necessário, para a burguesia, conter esse ímpeto do jovem contra o sistema, seja o doutrinando, desmobilizando ou, se necessário, combatendo. Cobrar mensalidades para que seja inserido no sistema de ensino não passa de uma forma avançada de opressão sobre a juventude, de forma violenta, os o desiludindo com as farsas meritocratas de que basta se esforçar que é possível chegar onde deseja.
Defender o fim do ensino particular e a estatização de todo o ensino significa defender os jovens e os trabalhadores.