As empresas Metalúrgicas do ABC estão fazendo pressão contra os trabalhadores, inclusive com demissões.
A Mercedes Benz, desde o início de setembro, vem ameaçando demitir 35% de seus funcionários.
A GL, empresa localizada em Diadema, começou a perseguir funcionários e demitiu o representante sindical Gilmar da Silva Costa, o Fubá. Além dele, foram demitidos mais dois trabalhadores.
Conforme o coordenador do Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC (SMABC), Gilberto da Rocha, o Amendoim, disse que: “fomos surpreendidos com a demissão do companheiro Gilmar, já que em nenhum momento a empresa nos procurou para informar a pretensão”.
A direção da GL, que produz componentes eletrônicos, alega que a dispensa se deu por necessidade de reestruturação no setor, porém, o “Amendoim” argumenta que a decisão precisa ser suspensa até que haja uma mesa de discussão.
“Para nós fica muito claro que a demissão é uma perseguição ao dirigente sindical. O Gilmar sempre fez parte da bancada de negociação do sindicato em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, nossa reivindicação é que a empresa suspenda a demissão e que venha para mesa para discutirmos os problemas.”
Gilberto ressalta que há denúncias de que a empresa fique em Diadema só até o mês de março de 2023. “Queremos que a empresa permaneça na cidade. Exigimos respeito com a nossa categoria e transparência para discutir o futuro desta empresa e de nossos companheiros e companheiras”.
Efeito Ford
Há quase dois anos do fechamento da Ford, as duas últimas fábricas sendo a de Taubaté, no interior de São Paulo, e a de Camaçari, no estado da Bahia, onde dezenas de milhares de trabalhadores, diretos e indiretos, perderam o emprego, com consequências profundas na situação do desemprego no país. O exemplo da Mercedes Benz de São Bernardo, e agora a GL, faz com que os trabalhadores, bem como seus representantes, fiquem atentos diante de mais esses ataques desferidos pelos patrões, sinalizando que, a qualquer momento, podem surpreender novamente com uma enxurrada de demissões.
É preciso ficar atento a essa situação e não permitir que os patrões venham fazer chantagem contra os trabalhadores e, portanto, caso os patrões avancem com os ataques aos trabalhadores, com demissões e ameaças de fechamento das fábricas, que sejam realizadas, imediatamente, greves com ocupação das fábricas.
Os trabalhadores não precisam dos patrões para gerir a fábrica. No entanto, é preciso que as direções do movimento operário se atentem a tal situação, saiam da letargia como fizeram no período da pandemia do coronavírus e agora insistem em permanecer nesse estado, ou seja, o de ficar em casa, e vão às ruas, nas portas das fábricas, e deixem abertas as portas dos sindicatos para os trabalhadores.