Nessa quinta-feira (22), Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente eleito, anunciou mais 16 nomes que comporão os ministérios em seu futuro governo. Dentre os indicados, cabe ressaltar três pessoas: Márcio França, para Portos e Aeroportos, e Silvio Almeida, para Direitos Humanos. Anterior a isso, Lula já havia anunciado outros 5 ministros, incluindo Flávio Dino para o ministério da Justiça.
Os recentes feitos de Dino, como a indicação de uma lava-jatista para comandar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de um carniceiro do Carandiru para chefiar a Secretaria Nacional de Políticas Penitenciárias, já demonstram que não está no Ministério da Justiça para servir ao povo, mas sim, à burguesia.
O mesmo vale para França e Almeida: o histórico do primeiro enquanto governador de São Paulo e demais cargos públicos já deixou claro que é um direitista; já o segundo ocupa o cargo de Presidente do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), think-tank que recebe financiamento do imperialismo americano.
Isso sem contar na política profundamente reacionária de Silvio Almeida que, proveniente do identitarismo, a ideologia oficial do imperialismo para a esquerda, confunde o movimento dos trabalhadores.
Em suma, Lula deve acender um sinal amarelo. A incorporação de direitistas e de figuras ligadas ao imperialismo – podemos citar, além de Almeida, Anielle Franco – aos seus ministérios representa um flanco que a burguesia provavelmente irá utilizar para sabotar o seu governo. Flávio Dino já mostrou, como citado anteriormente, como isso seria feito.
Além disso, são nomes que irão desmoralizar Lula frente à sua base, a principal responsável por sua eleição. Afinal, o petista foi eleito pelos trabalhadores, que desaprovam medidas anti-populares como as que Dino já tomou em suas nomeações, o que representa uma tendência para os setores mais direitistas dos ministérios.
Nesse sentido, Lula deve se afastar de amigos da burguesia e permanecer ao lado do povo. Seu governo deve se apoiar única e exclusivamente na mobilização popular e, portanto, o correto seria que convocasse ministros ligados aos trabalhadores e ao movimento dos trabalhadores.
Isso porque, uma vez provenientes da própria classe operária, são pressionados por esta constantemente, fenômeno que ocorre principalmente com o próprio Lula. Consequentemente, rejeitariam uma política que favorecesse a burguesia, atendendo os interesses dos trabalhadores.
Que Lula volte atrás em suas escolhas e expulse os golpistas e identitários de seu governo. Caso contrário, terá mais dificuldades em governar o País que, do jeito que está, já representa um desafio ao presidente eleito.
Lula terá que lutar contra o imperialismo e setores da burguesia nacional e, para tal, só pode depender dos trabalhadores.