Pouco antes do segundo turno, uma pesquisa IPEC realizada divulgou que Lula possuía mais apoio na juventude do que Bolsonaro. A diferença, segundo a divulgação, foi de 59% contra 41% de apoio a Bolsonaro.
Apesar de existir uma diferença, ela não é do tamanho que deveria ser, quando vemos que um candidato ataca a educação e os jovens em todos os níveis, quando comparado ao governante que promoveu, por exemplo, uma ampliação do acesso às universidades. Na prática é como se numa amostragem de 10 pessoas, 6 apoiassem Lula e 4 Bolsonaro, sendo a diferença composta por apenas 1 membro do grupo que, caso mudasse de lado, trocaria o resultado. Segundo um colunista da UOL, isso aconteceu porque Lula adequou sua linguagem e postura ao público jovem.
Mesmo não contendo um programa revolucionário, o ex-presidente e, agora, futuro presidente petista precisa, portanto, elaborar um programa que contemple toda a juventude no que diz respeito às suas necessidades. Lula precisará se aproximar ainda mais da classe trabalhadora, sendo um aliado direto da juventude operária.
Não é porque o presidente não defende, por exemplo, uma política radical, que não poderá aplicar reformas que beneficiem a luta popular – como já aplicou durante seu antigo governo. Focando no combate ao desemprego, problema que assola sobretudo a juventude, fazendo desse setor o mais desempregado, a luta por melhores condições sociais é fortalecida. Os jovens, inclusive, são os que mais se submetem aos empregos degradantes, quando conseguem obter algum.
Lula precisará dessas pessoas, conquistando-as com ações e medidas práticas. Ele deverá, portanto, retornar com todo um programa sólido para a educação, que seja pautado, antes de tudo, na reversão do corte de gastos criminoso promovido pelos golpistas que chegaram ao poder com Temer através do golpe de estado de 2016, arquitetado pelo imperialismo para retirar o PT do poder. Lula precisará, também, seguir com a série de investimentos na escola e universidade pública que teve em seu governo, aumentando ainda mais os gastos com essa parcela.
Construir universidades federais por todo o País, principalmente onde faltam universidades, deve ser uma prioridade no âmbito da educação. E, dentro das universidades, retomar de forma ainda mais ampla o fomento à pesquisa acadêmica, ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia por meio das universidades, garantindo assim que os estudantes e pesquisadores tornem-se parte da vanguarda de desenvolvimento do País.
Com simples medidas que competem ao governo federal, já é possível que Lula se torne um aliado prático da juventude operária, na luta contra o encarceramento em massa e em defesa do acesso à educação. A juventude necessita urgentemente de emprego, direitos como passe livre, lazer e cultura e, algo muito importante, segurança, coisa que não ocorre com a PM assassina que existe hoje em dia.
A juventude precisa se mobilizar e exercer pressão sobre o governo para que garanta o cumprimento das obrigações com os movimentos estudantis e as organizações secundaristas e universitárias precisam estar na linha de frente dessa luta.