Em 2016, a CSP-Conlutas participou ativamente do golpe de Estado que derrubou a presidente democraticamente eleita Dilma Rousseff. Mas, mesmo diante de toda a catástrofe que seguiu com o golpe de estado, que arrasou completamente a economia do país, sucateando as universidades e levando a um alto índice de evasão de estudantes; a CSP-Conlutas não mudou de posição. Continua com a política golpista, agora, contra a candidatura de Lula.
O pior de tudo é que fazem isso com o dinheiro suado dos professores das universidades, muito dos quais lutam de modo aguerrido pela eleição de Lula.
Uma cota do dinheiro arrecadado pelo ANDES, sindicato nacional dos docentes do ensino superior, é entregue diretamente para esses golpistas que fazem campanhas contra Lula. Há muito tempo, a direção do ANDES tem sido pressionada para se desfiliar da CSP-Conlutas. No entanto, perniciosos acordos políticos mantêm o vínculo entre as duas entidades que, no fim, não representam base alguma.
Para evitar a desfiliação da Conlutas, o ANDES conta com congresso organizado de modo extremamente burocrático e cheio de manobras antidemocráticas. E para evitar pressões da base, conta com uma política que fragmenta a categoria através de seções sindicais. O cenário se completa com o esvaziamento das assembleias e a pouca participação dos associados em suas seções.
Vale ressaltar que a corrente CST do PSOL, embora tenha uma representação insignificante no cenário político, mantém forte influência sobre a direção desta central sindical. A qual os professores da educação superior estão atrelados por esta política também golpista do ANDES.
Após a aprovação do apoio do PSOL à candidatura Lula, a CST publicou uma declaração contrária ao apoio. O texto, no final, termina com o anúncio da entrega de todos os cargos de membros da corrente dos diretórios do PSOL. Obviamente que esta atitude sectária nada afeta o cenário eleitoral, trata-se apenas de um show político.
No entanto, o financiamento do ANDES, que sai do bolso de cada um de nós trabalhadores da educação superior, faz muita diferença. Este dinheiro poderia estar sendo usado para derrubar o governo Bolsonaro e eleger Lula presidente, a única via concreta para mudança na política do estado brasileiro para as universidades públicas.