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Onde está a demagogia agora

Camponeses do Amazonas são perseguidos pela Justiça por protestar

Quando se trata de perseguição no campo, não há campanha internacional pela Amazônia

Presidente Figueiredo, cidade a 119Km de Manaus, foi palco de acontecimentos de repressão a camponeses que fizeram, no dia 11 de agosto, uma manifestação que fechou acessos de estradas, incluindo um trecho da BR 174, que liga Manaus a Boa Vista. O objetivo dos pequenos produtores rurais da região era chamar a atenção da população que usa aquelas estradas, bem como das autoridades municipais, estaduais e federais, para o descaso em que a manutenção das vias de escoamento da produção local de alimentos, que abastece cidades como Manaus. Aproximadamente 70% de todo o alimento consumido no país é produzido por pequenos agricultores. No Amazonas  a logística não é diferente. Não é porque estão na “Rain Forest” que os agricultores amazonenses não precisam de infraestrutura para sobreviver no século XXI. No que se refere a estradas rurais, vicinais ou usadas por produtores menores, o abandono é quase regra, em muitos estados do Brasil. Com o agravante de que, no Amazonas, questões climáticas, chuvas e o uso constante das vias ajudam em sua degradação, gerando enormes buracos, lamaçais, erosões que destroem as estradas, geralmente sem asfalto ou sem nenhuma manutenção, fator de quebra e desgastes dos veículos dos produtores e transportadores.

Durante a ditadura militar, da qual Presidente Figueiredo participou, o “sonho” da transamazônica foi iniciado, mas nunca terminado. Ficaram as estradas sem manutenção, sem o florestamento que evitava erosões e diversos outros fatores fundamentais para sua preservação. Ficou apenas destruição e, consequentemente, a ocupação da área por grandes latifúndios, mineradoras, madeireiros e empresas estrangeiras que investiram pesadamente em propriedades na região, anteriormente ocupada por comunidades rurais, ribeirinhas e indígenas. A estes, além de buracos, veículos quebrados e produção apodrecendo sem chegar ao consumidor, ficaram muitas dívidas, revolta e perseguição por reivindicarem melhorias necessárias para a região.

De acordo com depoimentos de agricultores, recolhidos na denúncia feita pela A Nova Democracia, pedidos de prisão contra os líderes do movimento foram emitidos, mesmo com a desobstrução da estrada pelos manifestantes. Entretanto, o caráter inovador e bizarro do incidente no AM é a cobrança de multas para os manifestantes lá presentes. Os valores vão de 2 a 17 mil reais aplicados a cidadãos que estavam lá protestando devido à falta de logística para que possam trabalhar, entregar seus produtos e transitar sem prejuízos. Sem isso, como demonstram pesquisas desenvolvidas pela UNICAMP e pela UNIR, o empobrecimento a que esses pequenos produtores estão submetidos irá aumentar de modo ainda mais avassalador, o que, certamente, beneficia os grandes proprietários e as instituições financeiras que operam no sentido de tirar a propriedade do agricultor pobre endividado, que fica com a posse de suas terras, mas a propriedade fica em poder dos financiadores, hipotecada. O  camponês fica com a posse, mas sem condições econômicas de retomar sua propriedade e viver dela dignamente.  Segundo as pesquisas acima mencionadas, 79% dos agricultores tiveram queda de 50% em seus rendimentos em 2021. Há outros que perderam ainda mais, pois houve queda no consumo de alimentos, motivando os pequenos produtores a repassarem aos preços esses fatores. Os latifundiários, que produzem para exportação e recebem em dólar, pouco se importam com o grau de fome que atinge grande parte da população brasileira, em torno de 58% em 2022. Mães são presas por furtar comida em supermercado. Enquanto isso, alimentos estragados são despejados pelo agricultor na porta da prefeitura de Presidente Figueiredo, em protesto pelo descaso de mais de 20 anos por parte da prefeitura, cujo mandatário é do MDB.

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