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Empurrando à direita

Burguesia já inicia pressão para que Lula atenda ao “mercado”

Para PIG Lula deve ressuscitar mortos da política nacional

Lula mal foi eleito e já começa uma intensa campanha na imprensa capitalista para que se renda aos interesses do mercado financeiro e faça um governo de ataque aos trabalhadores, ao mesmo tempo em que o grande capital espera que o petista seja capaz de conter a revolta das massas populares, que permitiram o seu terceiro mandato, e retorne o Estado brasileiro às forças políticas falidas que pariram o bolsonarismo, o chamado “centro político”, ou seja, a velha direita neoliberal que destruiu o País.

Na noite de ontem, após confirmada a vitória de Lula, saiu no Estado de S. Paulo um editorial intitulado “Lula tem o dever de arrefecer os ânimos”. Para além da demagogia típica acerca do caráter escatológico da figura do primeiro presidente a não ser reeleito desde a “redemocratização”, o primeiro parágrafo conta com um trecho um tanto revelador daquilo que defende o grande capital para o Estado brasileiro, e que se confirma ao longo de todo o editorial,

Eleito em 2018 sob a bandeira do antipetismo e do combate à corrupção, Jair Bolsonaro mostrou-se incapaz […] de cumprir minimamente um programa de governo […].

Ou seja, o real problema de Bolsonaro, tal qual este Diário diversas vezes apontou, foi a sua inabilidade de levar adiante o programa de governo que o imperialismo quer para o país, o programa FHC de completa entrega nacional ao capital estrangeiro. A entrega da Eletrobrás não é suficiente para esses vampiros econômicos!

Outro fator importante é a questão do “antipetismo”. Ainda que o PT seja um partido de esquerda reformista muito moderado, este ainda representa um grande problema para a dominação da ditadura imperialista sobre o país, ou seja, o PT não faz, de fato, parte do regime político brasileiro, é um partido ‘corrupto’ e uma ‘ameaça à democracia’. Vemos esta tese em diversos momentos do texto, como, por exemplo,

A vitória de Lula está longe de representar uma solução para o País. Trata-se, na verdade, de um novo desafio, a exigir especial vigilância e renovada participação democrática. O PT tem um histórico marcadamente antirrepublicano, com aparelhamento político-ideológico da máquina estatal, conivência – para dizer o mínimo – com práticas de corrupção e negacionismo na condução de suas políticas públicas.

Se havia alguém que realmente defendia que Lula era o candidato do imperialismo, é preciso que abra os olhos à realidade. Como bem colocou o companheiro Rui:

Vitória de Lula é derrota dos golpistas, do rolo compressor da burguesia na eleição e triunfo da mobilização popular.

Ou seja, a vitória de Lula foi imposta à direita, que deve agora encontrar uma maneira de manobrar e controlar o seu governo.

Se o PT é uma grande ameaça à “democracia” e ao regime político, qual é a função que o grande capital quer que Lula cumpra? O editorial aponta corretamente que o bolsonarismo não está derrotado com a vitória do candidato petista, muito longe disto, continua forte como a principal oposição a um governo dos trabalhadores no Brasil, fruto da grande polarização que este vive. Lula deve, então, conter a polarização, derrotá-la e estabelecer no País uma grande pacificação nacional, que permita aos setores falidos da direita “nem tão democrática assim” se reorganizarem como a principal oposição ao petista.

Esta questão deve ser analisada com um pouco mais de cuidado. Os serviçais do imperialismo, que conhece muito bem a dificuldade de extirpar a extrema-direita sem uma política de intensa mobilização da classe operária (basta olhar o caso Trump), não acreditam que o bolsonarismo será de fato derrotado por Lula, não de uma maneira que lhes seja frutífera pelo menos. O seu verdadeiro interesse está em promover um gigantesco estelionato político: colocar a base da esquerda sob a bandeira de um direitista “civilizatório”. Pudemos vê-lo durante o período eleitoral, com a tentativa de fazer de vermes da política nacional grandes democratas, como Simone Tebet, as vezes até mesmo com um verniz esquerdista. A esquerda deve veementemente rechaçar todo esse lixo político e lutar para que o governo Lula seja um governo dos trabalhadores, e não de uma frente ampla fantasmagórica que almeja esmagar o trabalhador brasileiro.

Finalmente, chegamos naquilo tem incomodado profundamente os setores mais direitistas que “apoiam” Lula: o caráter indeterminado de seu governo. Não se sabe até o momento como será o seu governo, se governará para os interesses dos capitalistas ou se fará muitas concessões aos trabalhadores, se defenderá a “democracia” se colocando contra os principais inimigos a dominação imperialista mundial, como a Rússia, a Venezuela, a China, a Nicarágua e etc., ou se se mostrará um grande aliado destes. Evidentemente, o grande capital através da imprensa defende que Lula deve ser uma espécie de Gabriel Boric, mas se as declarações do presidente eleito são algum parâmetro, Lula não será nada disso. Neste sentido, a nossa política para com Lula deve ser de lutar de maneira intensa para pressionar o seu governo à esquerda, aos interesses dos trabalhadores. Nada de Lula “democrático e responsável”!

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