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Eleições 2022

“Bom-mocismo” na campanha de Lula beneficia a terceira via

Enganam-se os setores da esquerda que acreditam que a campanha eleitoral precisa ser bem comportada

Neste último final de semana, num evento organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a candidatura de Lula lançou-se mais uma vez para o pleito de 2022. Desta vez, apresentando suas coligações, ou podemos considerar uma cambada de golpistas que o PT insiste em fazer acordos políticos para derrotar o que seria o fascismo nas eleições.

Entretanto, pelo tom que a campanha vem tomando, dá para perceber que a candidatura do ex-presidente está cedendo às pressões da direita. Sua campanha mais parece a expressão política para a terceira via, isso porque ela toma formas cada vez mais direitistas. Um detalhe que chamou muita atenção foi Lula lendo o seu discurso, ao invés da tradicional improvisação como é de costume. Se expressar através de discurso lido é uma tradição comum da cultura política norte-americana, que é imitada pela direita nos palanques do Brasil. Para o povo trabalhador, que está acostumado com seu jeito de falar genuíno e muito espontâneo, se deparou com um candidato comportado, que atacava Bolsonaro dizendo que ele era incapaz de “verter” uma lágrima pelo povo brasileiro.

Para muitos, sobretudo para setores da esquerda pequena burguesa da internet, esse Lula “politicamente correto” é o ideal para enfrentar um candidato animalesco como Bolsonaro. No entanto, a campanha não aponta o dedo para a direita golpista, responsabilizando ela pelo Golpe de Estado de 2016 e pelo avassalador governo Bolsonaro, que destruiu as estruturas econômicas e atacou duramente os direitos democráticos dos trabalhadores à mando dos empresários capitalistas.

Pois bem, enganam-se os setores da esquerda que acreditam que a campanha eleitoral precisa ser bem comportada. Lula precisa estar no lugar de um candidato antissistema, e não por caprichos teóricos, mas sim pela necessidade de representar um trabalhador que está com raiva, revoltado e frustrado com o governo Bolsonaro. Um trabalhador que teve a sua vida completamente desfalecida pela crise econômica aprofundada pelos arrochos da direita.

Para quem acha que Lula precisa estar comportado para não ser cancelado, é preciso destacar a campanha ferrenha do Tribunal Superior Eleitoral que, financiando artistas influentes no meio da esquerda pequeno burguesa, está tramando alternativas para desqualificar a campanha do PT e inserir uma terceira via na disputa. É válido perguntar: é a toa nos depararmos com propagandas de grandes multinacionais capitalistas estrangeiras oferecendo descontos em sanduíches em troca da apresentação do título de eleitor? Não à toa.

É comum nos depararmos com matérias da imprensa serviçal da direita, atacando as posturas de Lula e reivindicando uma posição de politicamente correto. Matérias do Estadão que dizem que “Lula calado é um poeta”, ou aquelas que falam sobre os “erros da campanha de Lula” ou as que dizem que as “declarações de Lula geram mal-estar” até entre os seus eleitores têm apenas um objetivo: desqualificar ou, ao menos, empurrar cada vez mais para a direita um candidato que representa os trabalhadores que exigem a nacionalização e estatização do petróleo; que exigem a suspensão de todas as reformas trabalhistas e previdenciárias aprovadas pela direita desde 2016; que exigem o fim do teto de gastos e a volta do investimento público em setores essenciais como educação e saúde, esporte, tecnologia e cultura, que garantem o direito democrático da população brasileira.

É preciso colocar a campanha de Lula na rota de uma campanha que denuncie a direita que financiou concretamente o bolsonarismo, de uma campanha que denuncie abertamente golpistas como Geraldo Alckmin. De uma campanha que coloque em pauta os interesses da classe trabalhadora, esta que está absolutamente enraivecida com a direita e que não lembra de ser bem comportada porque não tem tempo nem razão para isso. A campanha de Lula, representando a esquerda, deve ser o reflexo da revolta do povo pobre e trabalhador, que viu seu salário diminuir junto com a quantidade de comida disponível na mesa, que ficou diante de um abismo quando foi demitido, dos jovens que ainda não conquistaram o pleno emprego e que estão dispostos a bater de frente a qualquer custo com o projeto político da direita.

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