Em recente coletiva de imprensa, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que “Bolsonaro governa para o mercado, mas ele e o PT não podem fazer isso”. Pouco tempo depois dessas declarações, Lula enfatizou a necessidade de investir em programas sociais e na industrialização do País, indo na contramão da política de equilíbrio fiscal e de teto de gastos, impostas pelo regime golpista como forma de garantir os lucros dos bancos privados e dos acionistas.
Dessa maneira, após tais declarações, a imprensa burguesa e o dito “mercado” adotaram como política central chantagear e pressionar Lula para que seu governo, que ainda nem começou, recue nestas políticas e adote uma decisão mais favorável aos interesses dos banqueiros. Logo após as declarações de Lula, as principais bolsas de valores brasileiras registraram um aumento na tendência de queda registrado em semanas anteriores. O “mercado”, como fala a imprensa burguesa em relação aos banqueiros e especuladores, tem como preocupação número um evitar o fim da política adotada pelo regime golpista, seguida a frente por Temer e Bolsonaro, que consistiu na entrega do patrimônio nacional, intensa política de privatização, bloqueio de investimos na economia e em questões sociais, para o favorecimento dos lucros deste setor.
Lula, já desde antes de efetivamente assumir como presidente vem representando uma reposta a este setor criminoso contra os trabalhadores brasileiros. A imprensa burguesa não quer aceitar ninguém, para a burguesia é necessário que Lula coloque um novo Paulo Guedes para tocar a economia nacional. No entanto, o que tudo indica pelas declarações de Lula é que o chamado mercado será uma prioridade de seu governo.
A política que Lula precisa seguir é a política em defesa dos interesses dos trabalhadores, que conforme o mesmo afirmou, “foram eles que me elegeram”. O povo votou em Lula para o mesmo combater a política de ataques aos direitos trabalhistas, devolver os direitos da população, investir na questão social e na indústria, sendo oposição à política dos banqueiros, dos grandes especuladores e do imperialismo. É preciso por um fim na política de rapina feita contra a economia nacional, jamais será possível desenvolver o país enquanto grande parte da receita do Estado é destinado aos bancos e aos acionistas, que em grande medida, sequer estão no país. É preciso que o Estado seja um indutor da política de desenvolvimento e da garantia dos direitos dos trabalhadores, contra o interesse do mercado e do imperialismo.