O início deste ano foi marcado pela agitação dos professores por seus direitos, pois logo no começo do ano, foi anunciado que o acumulado da pandemia em relação ao piso nacional dos professores seria o aumento de 33,24%.
Essa noticia mexeu diretamente com os professores que, em muitos estados, um exemplo é o de São Paulo, estavam com mais de oito anos sem reajuste. A defasagem dos vencimentos dos professores frente à crise e à inflação motivou os docentes a sair a campo para lutar pelos seus salários.
Tivemos diversas greves desde o mês de janeiro e, agora, é a vez dos professores municipais da Bahia. Os Professores da rede municipal de Salvador iniciaram, na última quinta-feira (19), uma greve por tempo indeterminado. Fizeram uma assembleia com os profissionais da Rede Municipal de Ensino na Praça Municipal às 9h e, com isso, iniciaram as greves.
O presidente da Associação de Professores Licenciados do Brasil (APLB), da seção de Salvador, Rui Oliveira, informou que a categoria pede, além do reajuste salarial de 33,24%, melhores condições de trabalho e correções que correspondem às perdas inflacionárias. Segundo também a APLB, a adesão no primeiro dia de greve foi de 90% das escolas, número extremamente positivo.
Alguns professores conseguiram algum tipo de reajuste com as greves pontuais que tiveram. Porém, diante da situação inflacionária e a defasagem dos salários, é preciso um movimento nacional de luta pelos 33,24% e um gatilho quando a inflação alcançar o patamar de 5%, pois mesmo os que receberam o reajuste do piso, infelizmente logo vão voltar ao mesmo patamar de miséria.
“Tem seis anos que o governo municipal não concede reajuste. As perdas inflacionárias chegam a 54%. Então, o poder de compra foi reduzido pela metade, o que a gente comprava há seis anos, hoje não compramos nem pela metade. O governo ofereceu 6% de reajuste, mas a categoria não aceita”, explicou Rui.
É preciso um amplo movimento não somente dos professores mas de todos os trabalhadores que vem amargando perdas substanciais. Somente a luta contra o golpe de 2016 que aprofundaram a política neoliberal pode ter um fim consequente.
Nesse sentido, é preciso radicalizar a greve dos professores e intensificá-la visando torná-la nacional. Ademais, é imprescindível que a mobilização tome a palavra de ordem Lula presidente. Ou seja, adquira um caráter político claro. Essa é a única forma de colocar em xeque a política neoliberal de esmagamento dos trabalhadores e, consequentemente, combater o avanço do golpe no País.