Com toda a crise social em ascensão, a burguesia brasileira não dá sinais de que irá diminuir o sofrimento da população brasileira, pelo contrário, irá intensificar. Mesmo diante de um momento de pós-pandemia, com retração na economia, salários defasados, os reajustes da conta de energia, que elevam a inflação, serão de 12%, 4 pontos percentuais a mais em relação ao reajuste do ano passado, que foi de 8%.
Os cálculos feitos pela TR Soluções, que é uma empresa especializada em tarifas, não levaram em conta a bandeira tarifária e nem os abusivos impostos inclusos no valor final da conta. Os moradores do Nordeste, uma das regiões com maiores problemas socioeconômicos no país, serão os maiores prejudicados, pois na região a tarifa residencial ficará 17% mais alta, dez pontos percentuais a mais que a taxa do ano anterior.
As distribuidoras que irão impor as maiores taxas aos nordestinos são a Neoenergia Cosern, do Rio Grande do Norte, com 20%, e a Coelba, na Bahia, com 21%. A recordista está no Ceará, com a Enel Ceará, com alta de 24%, aumento que já provocou uma reação no Congresso que estimulou deputados e governo a refletirem sobre como reduzir os preços e mudar essa estrutura energética no país.
O deputado Domingos Neto (PSD-CE) propôs um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para suspender o reajuste de energia no Ceará. Conseguiu aprovar com 410 votos a favor e 11 contra. Arthur Lira (PP), Presidente da Câmara, disse que o projeto poderia incluir outros estados da federação. Todos estão sofrendo com as altas taxas.
Como de costume, os parasitas de plantão do setor energético gritaram. Alegaram quebra de contrato, elevação do risco Brasil e afastamento dos investidores, a mesma desculpa para implantar a barbárie neoliberal.
O relator do decreto legislativo, deputado Vaidon Oliveira (União-CE), disse que “Se a gente levar a plenário, o PDL passa, porque ninguém vai ter coragem de votar contra no meio dessa crise e em um ano eleitoral”.
A expectativa é que deputados de outras regiões também se sensibilizem e abracem essa proposta de impedir novos aumentos.
No dia 12 de maio houve uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara para debater as soluções estruturais.
A questão energética no Brasil, cujos preços abusivos atacam principalmente a população carente que ganha um salário mínimo defasado, é fruto da privatização do setor das distribuidoras, que repassam esses altos valores implacavelmente. Para piorar a situação, o governo do fascista Jair Bolsonaro(PL) sinaliza que deseja privatizar a Eletrobras, estatal nacional criada em 1962, e que registrou em 2021 um lucro líquido de R$5,7 bilhões.
O novo ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Adolfo Sachsida, já solicitou estudos técnicos para entregar aos parasitas do capital financeiro internacional a empresa nacional. O ministro entreguista também deseja entregar a Petrobras.
“Espero que, no período mais rápido de tempo possível, nós tenhamos essa resolução pronta e levamos para o presidente da República, presidente Jair Bolsonaro, assinar esse decreto e começar esse processo aguardado pelo povo brasileiro”, disse Sachsida, num cinismo revoltante, pois o povo brasileiro não quer privatização alguma de suas riquezas nacionais.
É preciso continuar desmascarando esses traidores da pátria, os únicos responsáveis pelos aumentos de taxas e pela inflação galopante, cujas consequências são fome e desemprego para o povo brasileiro.
Para derrotar essa política entreguista implantada pelos golpistas de 2016, e mantida por Bolsonaro, é preciso eleger Lula, assegurar sua posse e apoiar seu governo, conduzindo-o o mais próximo possível de um governo dos trabalhadores, que reestatize todas as empresas privatizadas e ponha fim à reforma trabalhista e previdenciária aprovadas por todos esses golpistas da direita e extrema-direita.