O rompimento do teto de gastos proposto por Lula para, principalmente, combater a fome do povo, para garantir o pagamento de R$ 600 de Bolsa-Família (que é muito pouco!), complementado com R$ 150 por criança menor de 6 anos (deveria ser para toda a infância), causou uma verdadeira “gritaria” entre os banqueiros e outros tubarões capitalistas e de sua imprensa golpista.
O próprio presidente eleito ironizou dizendo que “a bolsa caiu e o dólar subiu” e que “nunca ter visto um mercado tão “sensível” quanto o do Brasil.
Limite só para os pobres
O teto de gastos é um limite nos gastos públicos com questões fundamentais para a vida do povo brasileiro, como Saúde, Educação, Moradia, pagamento de aposentadorias e de salários para o funcionalismo etc. Tudo que deveria ser pago com o dinheiro dos impostos e que são pagos somente pela classe trabalhadora.
Os patrões, os partidos de direita, o judiciário, querem o “controle dos gastos” com o povo para esbanjar com os tubarões capitalistas. Para eles não há limites, como se vê no fato de que os bancos sugam mais da metade (51%) dos recursos públicos por meio do fraudulento pagamento dos juros e serviços da dívida pública.
Apesar do chilique e da “sensibilidade do mercado“, Lula não deu sinais de que voltará atrás na questão de furar o teto.
Bolsa, jogatina e chantagens
Para pressionar Lula e o Congresso, os banqueiros e outros especuladores fizeram a bolsa cair e o dólar subir.
A bolsa de valores é uma espécie de cassino, onde os capitalistas fazem apostas e ganham com a especulação. Ela serve também como um mecanismo de chantagem sobre os governos e o povo, com suas oscilações.
Há outros grupos de chantagistas, como os deputados e senadores do Congresso Nacional – quase todos representantes dos patrões – que para aprovar as despesas com o povo propostas por Lula, que estão fora do orçamento do governo Bolsonaro, querem impor suas vontades sobre os gastos de R$ 105 bilhões que Lula liberaria do orçamento para poder gastar com obras, manutenção de serviços públicos e mais recursos para a saúde e educação etc.
Lula foi eleito contra o regime golpista que aprofundou o corte de gastos e congelou os gastos públicos por 20 anos. Para fazer um governo do povo trabalhador é fundamental romper o teto de gastos e passar por cima da política de alimentar os parasitas enquanto o povo passa fome.
Mobilizar nas ruas
O presidente da CUT, companheiro Sérgio Nobre, defendeu que a CUT e o movimento sindical mobilizem suas bases contra o teto de gastos, afirmando que “é inadmissível e vergonhoso que um país com os recursos do Brasil tenha mais da metade (58,7%, segundo a Oxfam/2022) da população em algum grau de insegurança alimentar, sem saber se terá comida no prato amanhã“. (Portal da CUT, 23/11/22).
Para barrar as armações dos banqueiros e do Congresso reacionário contra o povo é preciso uma mobilização de verdade.
É preciso convocar assembleias dos sindicatos, plenárias estaduais e nacional da CUT para organizar uma grande mobilização, nas ruas, contra o teto de gastos e pelas reivindicações dos trabalhadores diante da crise.