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PSTU e a mesmice da esquerda

As ilusões e confusões de “trotskistas” apavorados

PSTU repete os os mesmos cacoetes da esquerda que vê golpe bolsonarista por toda parte, apesar de ter apoiado o golpe contra Dilma Rousseff.

Bloqueio Bolsonarista

O PSTU publicou uma matéria em seu sítio “O que se pode aprender com as ações golpistas depois das eleições?” para contestar a atitude do PT diante das manifestações da direita após o resultado das eleições presidenciais. Como era de se esperar incorre no mesmo erro de praticamente toda a esquerda brasileira e afirma que foram “ações golpistas dos bolsonaristas”.

Onde estava o golpe? As forças armadas não participaram do movimento, e não se pode esperar uma tomada de poder sem que dela participem as forças armadas. Em 2016, embora os tanques não tivessem saído às ruas, a violência estava implícita. O áudio vazado de Romero Jucá, aquele do “com Supremo, com tudo”, mostra que havia acordos com setores das FFAA. Para quem ainda duvida dessa participação, basta lembrar o tuíte do general Heleno ameaçando o STF e um golpe, caso não fosse votada a prisão inconstitucional de Lula.

A invasão ao Capitólio, em janeiro deste ano, também é tratada no texto como sendo uma tentativa de golpe, ainda que nesse caso também não tenha havido a participação de forças armadas ou mesmo milícias.

O alarde com relação às urnas é outro ponto de convergência do PSTU com o grosso da esquerda pequeno-burguesa: “Bolsonaro anunciou inúmeras vezes que tinha certeza de ganhar as eleições. Fez uma campanha contra as urnas eletrônicas, acusando, sem provas, que elas geravam “fraudes”. Todos sabiam que Bolsonaro não aceitaria uma derrota eleitoral.”.

Algumas considerações sobre essa questão: Alexandre de Moraes, ministro do STF, persegue quem conteste as urnas eletrônicas. O PCO, por exemplo, teve suas redes sociais bloqueadas, de forma ilegal, por questionar o processo eleitoral. O mesmo tratamento não foi dado a Bolsonaro e muito menos às Forças Armadas, que apresentaram um documento contestando se dizendo insatisfeitas com o as urnas.

Não existe no mundo sistema eletrônico à prova de fraude, exceto no Brasil. Quem contrariar essa determinação e não tiver algum poder, está se arriscando a sofrer a perseguição de Moraes.

A burguesia é contra um golpe

O PSTU afirma com todas as letras, e fica difícil de saber de onde vem tanta certeza, de que a posição da maioria da grande burguesia nacional e internacional era categoricamente contra um golpe, assim como os governos imperialistas, o que tornava inviável um golpe militar vitorioso. Ora, não foi justamente o imperialismo, especialmente o americano, que planejou e executou o golpe contra Dilma?

O golpe foi apoiado por todo o imperialismo, por toda a burguesia nacional e internacional. Michel Temer, ao assumir o cargo, foi prontamente cumprimentado por Joe Biden, à época vice de Obama. Curiosamente, quando derrubaram Dilma, a esmagadora maioria da esquerda afirmava que o Brasil tinha uma democracia sólida e que não havia clima internacional para apoiar ou admitir um golpe.

O que o artigo do PSTU propõe é “mobilizar e organizar a autodefesa contra essa provável ação de Bolsonaro”. Ação ‘provável’ de Bolsonaro está sendo esperada desde quando tomou posse. Para o dia 7 de Setembro, por exemplo, a esquerda promoveu um segundo “fique em casa”, pois havia a ameaça de golpes, confrontos. Um pânico generalizado. Veio a data e o golpe não se confirmou.

Antes de organizar ‘autodefesa’, a esquerda precisa se concentrar em retomar seu verdadeiro protagonismo político e não deixar nas mãos da extrema-direita o discurso de ser antissistema. Há também uma grande parcela da classe trabalhadora que se iludiu com o bolsonarismo e precisa ser reconquistada. Esse é um trabalho de convencimento político que não pode ser deixado de lado, pois os trabalhadores não podem ficar divididos e muito menos devemos entregar de mão beijada essa parcela da população para a extrema-direita.

Lula é queridinho do imperialismo?

A matéria dá conta de que todos os governos imperialistas, a começar por Biden (EUA), felicitaram o presidente eleito. Por acaso os presidentes de países atrasados também não o felicitaram? O truque da frase é tentar ligar Lula ao imperialismo pelo simples fato de ter sido felicitado, quando era justamente isso que se esperava de outros governos.

Encontro de golpistas: Joe Biden felicita Michel Temer.
Encontro de golpistas: Biden felicita Temer.

Toda a imprensa alardeou que Bolsonaro permaneceu em silêncio por dois dias, enquanto os bolsonaristas organizavam bloqueios de estradas em todo o país.” E o a matéria afirma que “mesmo assim, não houve ação efetiva das polícias no segundo dia dos bloqueios. Mas, ao contrário do que afirma a matéria, que diz que “a justiça também não agiu durante o primeiro dia dos bloqueios”, só na noite de segunda-feira, Alexandre de Moraes, presidente do TSE, os condenou e exigiu a repressão por parte da PRF e das polícias. O Judiciário agiu rápido para reprimir, até mesmo governadores bolsonaristas mandaram a PM reprimir os manifestantes. Na verdade, direita e esquerda ficaram juntas contra os bolsonaristas.

Grandes empresas pressionaram fortemente pelo fim dos bloqueios, pois já começaram a afetar o abastecimento e até o funcionamento de aeroportos, como no caso de São Paulo, que teve vários voos cancelados no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Uma frase chama muito a atenção na matéria: “A justiça demorou para tomar uma atitude contra os bloqueios. E, até agora, não existe qualquer medida efetiva de punição aos golpistas”. O PSTU está cobrando que as instituições não agiram contra os manifestantes? Para quem reclama que o PT confia no aparato estatal, essa é uma afirmação no mínimo contraditória.

O PSTU acusa que “Não existe nenhuma possibilidade de que os bloqueios e as manifestações tenham sido “espontâneas”. Elas foram articuladas por Bolsonaro e sua família”. Não é verdade porque uma das questões que se levantou sobre os bloqueios é que não havia uma direção com a qual se pudesse conversar e negociar. Bolsonaro fez aquele pronunciamento tacanho pedindo o fim dos bloqueios. Por outro lado, que diferença faria?

Gostemos ou não, o direito à manifestação deve ser defendido, pedir a repressão aos bolsonaristas é pedir que se reprima igualmente a esquerda. Não faz diferença se estavam pedindo intervenção militar. A esquerda, abandonou as ruas e isso tem que ser revertido. Pedir punição para manifestantes porque a esquerda venceu as eleições é prova de oportunismo não de uma política revolucionária.

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