O estado da Bahia começou o ano de 2022 amargando quatro altas no preço do combustível em praticamente um único mês. Os aumentos aconteceram nos dias 1º, 15, 22 de janeiro e 5 de fevereiro.
A Refinaria Landulpho Alves (RLAM),segunda refinaria com maior capacidade de processamento no país e que responde por 90% do combustível vendido no estado ,atendendo aos mercados da Bahia e Sergipe, vende hoje o combustível mais caro do país, situação que era inversa antes da privatização da refinaria. Hoje, mesmo com a Petrobras atrelando o preço dos seus combustíveis ao preço do dólar consegue disponibilizar um produto mais barato do que a Acelen, atual gestora da RLAM.
A gestora comunicou também, no dia 1º de fevereiro, o aumento dos preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, e do querosene de aviação (QAV) JET-A. Os preços do GLP subiram entre 9,1% a 9,4% a depender do ponto de entrega e modalidade. Segundo o Sindicato dos Revendedores de Gás, o valor repassado para o consumidor ficou entre cinco e sete reais e o botijão de 13 quilos já chega a R$120,00 em muitas localidades da Bahia. A Petrobras, por sua vez, não teve coragem de subir os preços do GLP, mantendo-os inalterados desde 9 de outubro de 2021.
A Acelen é uma empresa criada pelo fundo de investimentos dos Emirados Árabes, Mubadala para fazer a gestão da refinaria após o arremate da mesma. A Landulpho Alves foi entregue ao grupo arábe pelo governo Bolsonaro por um preço abaixo do mercado, cerca de US$1,8 bilhões quando era avaliada em US$3 bilhões a US$4 bilhões.
Hoje, a refinaria precisa atender às expectativas de lucro dos acionistas do fundo, e quem paga as consequências dessa farra, por óbvio, é a população, que vem inclusive chegando a procurar combustíveis nos estados vizinhos quando isso é possível. Segundo a Supervisora Técnica do DIEESE-BA, Ana Georgina Dias, “o pior é o impacto, sobretudo, do ponto de vista da renda da população baiana e da população nordestina, que têm rendimento menor do que a população dos estados do Sul e Sudeste. Então, temos essa combinação perversa de renda menor com aumentos maiores e mais frequentes dos combustíveis que, de fato, cria uma situação bastante preocupante”.
É urgente a reversão da privatização criminosa das refinarias da Petrobrás e também o fim do preço de paridade de importação dos combustíveis. E nesse sentido já se posicionou com bastante firmeza o ex-presidente Lula. É com essa reivindicação, dentre outras, que devemos ir às ruas para apoiar a palavra de ordem “Lula Presidente, por um governo dos trabalhadores.”