Nesta segunda-feira, a equipe de publicidade de Lula lançou imagens do encontro realizada pelo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) junto a ex-presidenciáveis. No encontro, estavam presentes figuras que se colocaram como inimigas do PT e dos trabalhadores durante todo período, desde ex-candidatos pela esquerda financiada pelo imperialismo, como a rainha da Lava Jato, Luciana Genro, a até mesmo figurões da burguesia como Marina “Setubal” Silva e Henrique Meirelles, que já tiveram alguma participação anterior no governo Lula porém se destacaram pela aberta campanha golpista desde então.
O suposto “apoio” dado na reta final do primeiro turno por estas figuras foi anunciado pela própria imprensa da esquerda pequeno-burguesa como uma importante vitória para os trabalhadores. Em matéria no blog 247, Alex Solnik afirmou que “a pequena porcentagem que falta para Lula levar no primeiro turno poderá vir dos conservadores indecisos, que já desistiram de Bolsonaro, mas ainda resistem a ele” e destacou que esta ação pode se concretizar justamente na vitória em primeiro turno de Lula.
No entanto, enquanto a ala direita dos supostos apoiadores de Lula comemoram a participação de novos golpistas nas vésperas das eleições, a militância de fato lulista vem sendo desconsiderada. Na realidade, a base petista é o que de fato sustenta a campanha de Lula: quem está nas ruas desde o golpe, desde a prisão do petista, desde o começo das eleições são, justamente, os militantes.
Todos estes aliados comemorados como grandes contribuintes para a votação, na realidade, mais espantam do que atraem a classe trabalhadora para a candidatura de Lula. A base do PT não tem qualquer relação com esses vampiros que querem se aproveitar da candidatura de Lula para sugar sua popularidade em prol de cargos e votos para suas candidaturas abutres.
O aparecimento de Meirelles e Marina Silva, após a aliança com Alckmin, refletem esta manobra. Ao contrário do que propagandeiam, a burguesia não está cada vez mais perto de apoiar Lula. Pelo contrário, os ratos do regime golpista querem agora se escorar em Lula para, em primeiro lugar, boicotar sua candidatura e, no caso de um eventual governo, impedi-lo de governar.
Na imprensa burguesa, os jornalistas já se movimentam em torno da campanha de Meirelles como suposto novo ministro da economia. Para o jornal O Estado de São Paulo, o pretenso ministro já afirmou que a solução para o problema fiscal é “através de reformas administrativa e tributária bem feitas e da venda de estatais sem utilidade”. Além disso, frisou que vai “apoiar (o governo Lula) se fizer as coisas certas”, uma clara amostra de que a seu apoio não vale absolutamente nada para a candidatura petista. Como também, já anuncia de antemão que pode virar oposição da noite para o dia caso Lula não siga as orientações da burguesia golpista para um eventual novo governo.
No mesmo caminho, Ricardo Lacerda, sócio-fundador do BR Partners Banco de Investimento, comentou que uma aproximação com Meirelles poderia ser útil para uma vitória em primeiro turno. Uma farsa montada pela própria burguesia golpista.
Em meio a esta situação, a militância petista fica completamente contrariada com esses elementos dentro da campanha do Lula e, se eleito, dentro de seu governo. Estes golpistas entraram na reta final, com a campanha em andamento e nas vésperas de uma eventual vitória de Lula. Mesmo não tendo feito nada, os golpistas se colocam em posição de influência dentro dos rumos da própria campanha e de seu governo.
Esta invasão de setores golpistas na campanha de Lula serve para barrar os militantes que estavam desde o início nas ruas lutando contra o golpe que os mesmos que hoje fingem apoiar Lula deram contra os trabalhadores. Quem conversa com os trabalhadores, que faz Lula ter qualquer possibilidade de ganhar eleições, derrotar o golpe, é a militância, e não os vampiros eleitorais do golpe de Estado que visam se aproveitar da candidatura petista. A campanha precisa estar nas mãos da militância, dos trabalhadores, e não com os inimigos do povo e da própria candidatura de Lula.
Os eleitores e toda militância que apoiam Lula são contra os banqueiros, contra os tucanos do PSDB e contra todo o regime golpista. Essa infiltração na campanha não interessa ao povo, nem à militância, apenas aos próprios golpistas.