No último sábado (19) a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) afirmou que os biomas brasileiros precisam ser protegidos pelo imperialismo:
“Todos os biomas brasileiros precisam ser protegidos pela Lei anti desmatamento da União Europeia, é o que afirma Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Apib, durante o painel ‘A necessidade de proteção legal externa contra a grilagem de terras’, realizado na COP27.”, afirma um tuíte da organização.
“Com a presença de representantes do Ipam, da Tropical Forests and Agriculture – NWF, FERN e Marcos Kaingang, assessor jurídico da Arpinsul, o painel tinha o objetivo de discutir quais os impactos da legislação europeia para povos indígenas e comunidades tradicionais. […] No dia 16 de novembro, a Apib e a Conaquilombos publicaram a nota “Sobre proteção urgente do Cerrado e outros ecossistemas naturais”. O documento ressalta a posição das organizações em defesa de todos os ecossistemas naturais do Brasil. […] Nos dias de programação da COP27, a Apib esteve em mais de 30 atividades com a sociedade civil, poder público, financiadores, negociadores e imprensa.”, continuou a postagem.
É evidente que isso é um absurdo. Por qual motivo se pode pensar que o imperialismo ajudaria os povos indígenas em algo? Sua única preocupação é pegar a Amazônia para si, que representa mais da metade do território brasileiro — isso significa que, além das diversas riquezas naturais e de um território estratégico, o imperialismo, ao pegar a Amazônia para si, arranca boa parte do território brasileiro, ameaçando uma nação de punho forte no cenário internacional.
Essa posição também é absurda na medida que vem de uma organização que se propõe minimamente a defender pautas de esquerda. A APIB, que se diz defensora dos índios e dos biomas nacionais, na verdade, corre rumo à destruição desses na medida que quer os entregar de mão beijada para o imperialismo.
Essa mesmo posição coloca em cheque algo tão almejado pela esquerda nos últimos tempos: participar do novo governo Lula. O futuro presidente já reiterou diversas vezes, em especial na COP 27, que o Brasil será um País cada vez mais soberano, cuidando de seus biomas e trabalhando para melhorar a questão do clima, mas sem interferência externa e, inclusive, cobrando para que os “países ricos” façam sua parte.
Tudo isso coloca em cheque os desejos da esquerda. Como uma organização completamente entregue ao imperialismo pode ser capaz de se propor a fazer parte de um governo que quer realizar completamente o oposto? Poderia ser, inclusive, algo considerado como sabotagem.
O fato é que a posição da APIB beira ao reacionarismo e precisa ser seriamente reconsiderada. A União Europeia cuidar dos biomas brasileiros é uma tremenda violação da soberania nacional.