Como já era de se esperar, os economistas que declararam que apoio a Lula já estão tratando de criticar. Armínio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan publicaram uma carta criticando as declarações do presidente eleito.
A presença dessas figuras, como já havíamos dito, serviu sempre como um fator de pressão da burguesia, não como apoio efetivo, dentro da chapa do PT. O que essa gente quer? Que Lula tenha responsabilidade fiscal que, traduzindo para o português, significa não gastar dinheiro com a população e sim pagando os juros pornográficos da dívida pública para os parasitas do sistema financeiro.
Os três mosqueteiros dos banqueiros dizem que, ao tentar ‘cobrir o colchão social do país’, seria preciso tomar cuidado para não “criar problemas maiores” ao povo brasileiro. É muito cinismo. Que problema maior pode ser o de não ter o que comer? Ou de não ter assistência médica, moradia?
Lula, na COP27, que ocorreu no Egito, achou estranha a reação do ‘mercado’ à PEC da Transição que prevê R$ 200 bilhões fora do teto de gastos (uma imposição do imperialismo) para financiar e ampliar o Auxílio Brasil de R$ 600.
O presidente eleito em seu discurso declarou “Se eu falar isso vai cair a bolsa, vai aumentar o dólar. Paciência. Porque o dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas é por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia”. Foi isso que causou a preocupação dos três eleitores de Lula. Pelo menos eles declararam voto no petista. Como o voto é secreto, não podemos afirmar que tenham de fato votado, a julgar pela velocidade com que vieram a público com tais críticas.
Tudo o que fazem é ficar defendendo o teto de gastos. O gráfico abaixo mostra porque começa a “choradeira” para conter os gastos públicos.
Os bancos são verdadeiros sanguessugas. No começo do pandemia de Covid-19, o governo Bolsonaro, em uma única canetada passou para os bancos R$ 1,21 tri, o que equivale a 16% do PIB, enquanto demorou o que pôde para pagar um mísero auxílio para a população que não tinha como trabalhar. É esse tipo de governo que os bancos gostam.
Como fica claro no gráfico, mais da metade do orçamento federal vai para os bolsos dos banqueiros. E o que eles querem garantir é que todo esse dinheiro que é ganho sem que eles tenham que fazer nada, continue jorrando.
Falta aqui para sobrar lá
Fica claro porque deram o golpe na presidenta Dilma. Com isso, o governo golpista tratou de tirar dinheiro do SUS, da Educação, de saneamento básico, de obrar públicas etc.
Por que faltam remédios nas farmácias populares? Por que temos que encarar filas gigantescas para conseguirmos atendimento médico? Por que não temos escolas públicas para toda a população? Porque é preciso alimentar esses parasitas.
Se o governo gastasse em obras públicas, por exemplo, poderia gerar empregos. Se houvesse investimento em educação e pesquisa, o Brasil poderia ganhar mais exportando tecnologia. Mas, os especuladores, um punhado de parasitas que nunca trabalhou na vida, suga metade da riqueza de tudo o que produzimos. Metade de tudo o que produzimos é para enriquecer essa verdadeira doença na economia.
Dívida pública
O gráfico acima, embora representa a dívida federal, é um espelho do que acontece nos estados e nos municípios. Na realidade, alguns municípios têm suas contas quase todas empenhadas no pagamento de dívidas. Ou seja, metade de todo o orçamento vai para o sistema parasitário.
Por essa razão que vemos tantas ruas sem calçamento, sem esgoto, sem iluminação, escolas com janelas sem vidro, sem banheiros funcionando adequadamente, sem merenda. A explicação está no pagamento de juros.
Olhando o gráfico vemos como a situação é escandalosa. O pior é que todos esse esforço é para o pagamento de juros, não do principal da dívida. O Brasil é como aquele cliente que cai nas garras do cartão de crédito e passa o resto da vida pagando apenas os juros. O banco, na verdade, não quer que o cliente pague a dívida, pois em pouco tempo, apenas pagando os juros, o valor da dívida principal já terá sido pago várias vezes.
É como se metade de tudo o que uma pessoa come fosse para alimentar um verme que vive dentro de seu corpo.
Estatizar
Uma outra coisa que o gráfico nos revela é o porquê de a grande imprensa, que está a serviço do sistema financeiro, reclamar tanto que o Brasil não consegue pagar a Previdência. Revela porque o golpe de 2016 tratou de destruir a Previdência Social: os bancos estão de olho naqueles quase 20% do orçamento anual. Apenas isso.
A única maneira de sairmos desse atoleiro é estatizando os bancos e o sistema financeiro. Não adianta apenas dar um calote na dívida.
Nunca haverá desenvolvimento, industrialização, combate à miséria enquanto trabalharmos metade de nossas vidas para alimentar um sistema podre que vampiriza todos os brasileiros.
Por essa razão é preciso uma ampla mobilização para dar sustentação ao governo Lula. Apenas o povo nas ruas será capaz de impor alguma derrota aos nossos inimigos.
A gestão nem começou ainda e já estamos vendo a guerra que pretendem iniciar. É hora de voltarmos às ruas e lutarmos pelos nossos direitos, para isso é preciso derrotar os parasitas que destroem a nosso economia.
