O blogueiro Gilberto Leda noticiou, no dia 1o de novembro, uma urna em tribo indígena com 100% dos votos para o ex-presidente Lula, no MT, onde Bolsonaro teve mais de 65% dos votos válidos, na cidade de Confresa, onde obteve 70%.
Um extenso debate sobre se tal ocorrido, que se repetiu em outras aldeias, seria ou não uma fraude, uma violação de urnas, ou ainda compra de votos, circulou na internet e nos jornais da burguesia. Foi constatado que é fato corriqueiro os indígenas se reunirem e decidirem adotar como unanimidade o que seja melhor para o grupo. Conforme publicado pelo TSE, os povos indígenas do Brasil têm assegurada, pela Constituição Federal, a participação plena no processo eleitoral. Os índios, assim como os demais cidadãos brasileiros, devem votar se tiverem mais de 18 anos e forem alfabetizados em língua portuguesa. O Código Eleitoral (Lei n° 4.737/1965) veda o alistamento eleitoral daqueles que não falam português. No entanto, caso os índios que vivem nas aldeias optem por não votar, essa decisão individual prevalece sobre a obrigatoriedade da lei brasileira.
Para atender, no contexto eleitoral, a essa parcela da população tão diversa e específica, o artigo 13 da Resolução TSE nº 23.629/2021 estabelece que “é direito fundamental da pessoa indígena ter considerados, na prestação de serviços eleitorais, sua organização social, seus costumes e suas línguas, crenças e tradições”.
Temos um retrato de que Lula é o candidato do povo, e não da burguesia. Finalmente, os índios, no Brasil, são profundamente oprimidos pelo capitalismo, não tendo acesso ao básico que necessitam para suas sobrevivências. Ao mesmo tempo, são constantemente agredidos, seja por coação, seja por tiro, pelos jagunços dos latifundiários, que são representados por Bolsonaro. Finalmente, veem em Lula uma candidatura que pode solucionar os seus problemas e intensificar a sua luta.
Nesse sentido, com a eleição de Lula, devem se mobilizar para garantir os seus direitos. O governo Lula deve levar em consideração as suas reivindicações e, acima de qualquer coisa, deve realizar a reforma agrária no Brasil. Essa é a principal forma de solucionar os problemas dos povos indígenas.