Após a vitória de Lula, o ex-candidato à presidência e ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, veio opinar sobre a política brasileira nessa segunda-feira (07/11), na COP27. Segundo Gore, que tem uma trajetória de envolvimento com ativismo de tipo ambientalista, o povo brasileiro teria, ao eleger Lula, optado pela ecologia. Disse ele: “precisamos de mais [ações climáticas], mas temos a base para a esperança. Há apenas dias atrás o povo do Brasil escolheu parar com a destruição da Amazônia.”
A declaração se soma como mais uma tentativa de influir sobre a política do Brasil. Gore, como Marina Silva, servem de fachada para o imperialismo traficar sua política para o governo Lula. Não foi Gore que elegeu Lula, não foi figura alguma do quadro político dos Estados Unidos. O imperialismo golpeou o Brasil e impôs a destruição econômica sobre o país. O próprio Al Gore, que veio palpitar na política nacional, deveria se focar em seu próprio país. A construção de oleodutos sobre rios, que levaram a inevitáveis vazamentos e destruíram a fonte de água de cidades inteiras poderia ser o foco do ativista. A devastação da máquina de guerra norte-americana seria outro aspecto para comentário do chamado ativista.
Quem elegeu Lula foi a classe trabalhadora brasileira, contra os interesses do imperialismo. Os EUA, nesse sentido, e seus políticos, sejam ativistas ou não, não tem moral alguma para comentar sobre a política brasileira. A Amazônia brasileira deve responder aos interesses dos trabalhadores do Brasil. A conservação ou exploração do gigantesco território. de sua flora para produzir medicamentos, dos minérios em sua base ou do que seja, deve estar apenas subordinada aos trabalhadores brasileiros, a quem o governo deve responder.
A política ambiental dos EUA, o maior poluidor do mundo, notoriamente muito acima de todos os outros países, é a devastação de todo o planeta em nome dos interesses imperialistas. Guerras, golpes de Estado que chegam até mesmo a salgar a terra dos países sob a mira do imperialismo, todas as medidas são utilizadas. Os EUA no momento tem responsabilidade direta sobre a guerra criminosa da Arábia Saudita sobre o Iêmen, da ofensiva contra a Rússia que levou à guerra na Ucrânia, a guerra em curso na Síria, e uma série de outras. A única política ambiental do imperialismo é a guerra contra os povos do mundo.
O Brasil, caso explore a integridade da Amazônia contra o imperialismo, ainda assim estará em defesa do meio ambiente. O sistema econômico irracional que é o capitalismo em sua fase imperialista, em crise terminal, coloca o planeta em risco. A imprensa imperialista neste exato momento pressiona por um conflito nuclear contra a Rússia, e o que pode causar mais devastação que isso? A única defesa real do meio ambiente é a luta anti-imperialista. É a frente contra todos os interesses dos EUA. Uma exploração do ambiente e uma produção minimamente racionais só poderão ser atingidas com a derrubada completa deste sistema, representado por Al Gore.
Do Brasil, o que podemos fazer para impor a racionalidade à exploração ambiental no geral é lutar pela posse de Lula e, indo além, mobilizar para que seja de fato um governo dos trabalhadores. Um governo que destine todos os recursos em território brasileiro para o Brasil, para o povo, para os trabalhadores, e não para a rapina de acionistas internacionais e banqueiros, como ocorre no momento com a Petrobrás, num verdadeiro saque. A COP e outros eventos internacionais acabam por se fazer apenas uma fachada para os interesses imperialistas. Só os trabalhadores organizados são capazes de superar a atual situação.