Nesta terça-feira (08), a internet explodiu com mais uma polêmica envolvendo o youtuber e podcaster Monark. De forma breve, o que ocorreu foi o seguinte: Monark, em um dos episódios do Flow Podcast, defendeu o direito da criação de um partido nazista no Brasil, afirmando que isso deveria estar dentro da legalidade. Prontamente, instaurou-se a santa inquisição do identitarismo. Em algumas horas, o Flow havia perdido boa parte de seus patrocinadores e, com isso, desligou Monark de sua posição.
Antes de qualquer coisa, deve ficar claro que estamos diante de um caso grave de censura. Afinal, Monark estava emitindo uma opinião, foi reprimido por falar algo. E ainda pior! Foi atacado duramente pela esquerda que diz defender os povos oprimidos, enquanto ataca a liberdade de expressão daqueles que dela discordam.
No capitalismo, se você não retém o capital, os monopólios, você não é absolutamente nada, e o caso do Monark deixa isso bem claro. Os patrocinadores do Flow comandam seu próprio tribunal, levando, nesse caso, à completa destruição do programa baseado em critérios completamente arbitrários.
E que fique claro, essas grandes empresas, que dizem defender a democracia de hoje, não só defenderam o nazismo como financiaram as operações de Hitler no século passado. E não precisamos voltar muito no tempo para encontrar mais exemplos de crimes hediondos cometidos pelo grande capital.
Estariam, então, os capitalistas defendendo a humanidade, o progressismo? Muito pelo contrário, fazem uma grotesca demagogia que, no final, tem como único interesse estabelecer um verdadeiro aparato de censura que, uma hora ou outra, se voltará contra os trabalhadores e as suas organizações de luta. Não é atoa que Eduardo Bolsonaro, filho do projeto de fascista no poder, aproveitou o ocorrido para repercutir seu projeto de lei que criminaliza não só o nazismo, como também o comunismo.
Se querem mesmo fazer algo contra ideologias extremistas e repugnantes, como o nazismo e o comunismo, acesse seu deputado falando sobre meu PL 4425/20, que criminaliza a apologia a qualquer tipo de regime totalitário, e solicite sua aprovação. pic.twitter.com/XoYIEfwRfC
— Eduardo Bolsonaro 22.22🇧🇷 (@BolsonaroSP) February 8, 2022
Isso fica ainda mais claro quando compreende-se qual a relação entre o estado burguês dito democrático e o fascismo. O último é um estágio superior do capitalismo, uma medida desesperada da burguesia de impedir que os trabalhadores tomem o poder. Com isso, ao contrário do que diz a esquerda, a censura não só não promove a luta contra o fascismo, mas sim intensifica o próprio fascismo à medida em que fortalece o estado daqueles que instauram o fascismo!
Nesse sentido, toda e qualquer força dita progressista deve repudiar veementemente qualquer tipo de censura e atentado à liberdade de expressão. O contrário serve ao imperialismo, serve ao fortalecimento do aparato repressivo do estado burguês, o principal inimigo dos trabalhadores de todo o mundo. A esquerda não percebe que defende, nesse momento, uma verdadeira ditadura. Ou não era na ditadura onde as pessoas eram presas e torturadas pelo que elas falavam?
Todos devem ser livres para dizerem o que pensam, é essa a política do marxismo sobre o assunto. Caso contrário, quem define o que pode ser dito senão a burguesia? Afinal, é ela a detentora de todo o aparato estatal, e fortalecer ainda mais essa dominação não é nada mais do que uma cilada contra os trabalhadores e um ataque direto às liberdades democráticas do povo.