O governo do Chile, de Gabriel Boric, o dito esquerdista, apresentou um projeto para reformar o sistema previdenciário no país. Atualmente, o Chile segue o modelo de capitalização, em que os trabalhadores contribuem com um valor a ser administrado por fundos de pensão, que investem e lucram com esse dinheiro e, ao chegar o tempo de aposentadoria, repassam um valor ao trabalhador.
O retorno deste modelo é absurdo: 72% das aposentadorias não chega a um único salário mínimo, e um a cada quatro chilenos recebe um valor que o coloca abaixo da linha da pobreza. O modelo de capitalização vincula as aposentadorias a investimentos e, mesmo assim, quem fica com os possíveis lucros provenientes desse investimento são as administradoras de fundos de pensão.
Agora, os trabalhadores tem uma contribuição de 10%, que passará a ser complementada com 6% a serem pagos pelos empregadores, mas isso será implementado de maneira gradual. Outro aspecto é que o trabalhador poderá optar pela administração do Estado sobre sua aposentadoria, que irá também contribuir com um valor para o fundo. A contribuição estatal está vinculada a uma reforma tributária, ainda a ser aprovada.
O problema é que a reforma não modifica o fator central do problema na previdência chilena, que é a capitalização. As aposentadorias não podem servir para investimento, para o jogo do capital financeiro. A aposentadoria digna deve ser garantida.
O governo Boric demonstra mais uma vez a que veio. Após apoiar a repressão aos protestos contra o governo anterior, sendo a favor das prisões políticas ocorridas e dando prosseguimento à repressão nas ruas, o governo não modificou fundamentalmente nenhum aspecto governamental do Chile. Os motivos que levaram a um gigantesco movimento de revolta popular no país se mantém e se manterão inalterados pelo fantoche do imperialismo que agora governa o Chile.
As declarações do “jovem revolucionário” contra Cuba, Venezuela e Nicarágua deixaram por terra a história de que Boric teria vindo para mudar tudo. O presidente chileno não passa de um político burguês neoliberal com maquiagem esquerdista, pronto a atacar o povo e não disposto a defendê-lo contra as aves de rapina que espoliam o povo do Chile.