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Caso Flávio Dino

A radicalização das bases e por que Lula não será o mesmo

Dino voltou atrás na nomeação de um lava-jatista por conta da pressão das bases do governo, que rejeitou o nome, uma demonstração da radicalização política no Brasil

Nessa terça-feira (20), Flávio Dino (PSB), futuro ministro da Justiça do governo Lula, indicou Edmar Camata para o comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O anúncio abriu uma crise na esquerda, que rejeitou completamente o nome escolhido: Camata não só apoiou a Lava Jato, uma das operações mais fraudulentas da história do Brasil, como também a prisão de Lula.

Todavia, na quarta-feira (21), cerca de 24 horas depois, Dino voltou atrás com a indicação de Camata. “Tivemos uma polêmica nas últimas horas e o meu entendimento e da nossa equipe é que seria mais adequado proceder a essa substituição”, disse o futuro ministro. Então, anunciou Antonio Fernando Oliveira para a direção da PRF.

Dino só voltou atrás com sua decisão porque foi duramente pressionado pelas bases do governo Lula. Ele próprio afirmou que se tratou de uma decisão “puramente política”, destacando que a pessoa que assumir o cargo em questão não pode estar envolta de polêmicas. Nesse sentido, é uma demonstração da radicalização das bases do PT que não aceitaram a indicação de um lava-jatista para um dos principais cargos do ministério da Justiça.

Se fosse há três anos, decerto que isso não teria acontecido. As bases petistas, em especial a classe média, já engoliram muito pior que Camata, como é o caso do próprio Dino que, além de Edmar, indicou um carniceiro de Carandiru para comandar a Secretaria Nacional de Políticas Penais. O ponto é que, de alguns anos para cá, houve um acontecimento fundamental para a evolução da luta política no Brasil: o golpe de Estado.

Com o golpe, houve um salto muito significativo na consciência popular. A polarização deixou claro quem é quem: de um lado, os golpistas, representados pela burguesia tradicional e, do outro, os defensores dos direitos do povo e o próprio povo. Qualquer aventura golpista já não passa mais despercebida já que os brasileiros sofreram e muito com o golpe, que colocou a direita no poder e devastou a economia nacional, jogando os trabalhadores em uma miséria sem precedentes.

Acima de qualquer coisa, o caso prova que o próximo governo Lula não será igual ao de 2002, infestado pela burguesia nacional e imperialista. Houve uma evolução política dos trabalhadores que já não aceitam mais inimigos da classe operária governando o seu próprio País. Já tiveram essa experiência no passado e, portanto, sabem melhor do que qualquer esquerdista “bem-pensante” que a burguesia serve para atacar o povo, e não ajudá-lo.

Ademais, isso é significativo no sentido de que são os trabalhadores os principais pilares do governo Lula que, no final, foi eleito pela força da mobilização popular. Nesse sentido, uma evolução na consciência política das massas implica em uma evolução nas bases do governo e, consequentemente, no progresso do próprio governo, que precisa governar conforme os interesses do povo.

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