Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Carreirismo

A que serve os negros de alma branca nos ministérios de Lula?

O novo governo Lula nem começou, mas já está apinhado de carreiristas que se dizem defensores dos mais oprimidos

O presidente Lula, diplomado nesta segunda (12), está nos preparativos para a posse e início do seu terceiro governo em janeiro. Enquanto cumpre agendas oficiais já como chefe de Estado, também lidera a equipe de transição e já enfrenta uma chuva de oportunistas se lançando a todo tipo de cargo no governo.

O movimento é esperado, é claro, considerando a lógica da política burguesa e as “alianças” formadas durante a campanha eleitoral. Entretanto, um dos aspectos que mais chama a atenção é a campanha que está sendo feita por setores da esquerda e, estranhamente, por setores da imprensa golpista. Uma campanha por ministros negros, mulheres e LGBTs.

Diariamente na imprensa burguesa e na dita imprensa progressista, são dezenas de notícias e conjecturas sobre nomes que Lula deveria escolher para o governo e não somente para posições secundárias, mas sim são exigidas escolhas em posições centrais do governo como os principais ministérios. A campanha está fiada, principalmente, nas afirmações do presidente de que daria espaço a negros, mulheres, índios, LGBTs buscando uma tal “pluralidade”.

Há dois aspectos centrais aqui, primeiro qual o papel da imprensa monopolista e golpista nesta campanha que, à priori, seria uma campanha de esquerdistas e, segundo, o que é mais representativo no governo: ser formado por trabalhadores ou por gente que diz ser defensora de determinados grupos?

A marca do PIG

Sobre a campanha na imprensa, não é necessário muito esforço cognitivo para um brasileiro perceber que –  a mesma imprensa que foi o principal agente do golpe de Estado em 2016, que levou à prisão do agora presidente Lula em 2018 e, em seguida à eleição de um dos piores escroques da política nacional como presidente no mesmo ano, passou 3 anos apoiando o governo Bolsonaro – é a mesma imprensa que tenta agora se travestir de defensora dos oprimidos, de defensora dos direitos humanos ou algo parecido.

É grotesco acreditar em qualquer linha deste raciocínio. O interesse da imprensa golpista em dar amplitude nesta campanha é simplesmente de dar continuidade à pressão que já está sendo feita sobre o futuro governo. Neste caso, usa-se o identitarismo, essa política emanada pelo imperialismo norte-americano, para pressionar o governo para colocar à força todo tipo de oportunista, que se diz defensor dessas populações.

Querem obrigar Lula a colocar pessoas ligadas a ONGs internacionais, que são financiadas pela burguesia imperialista, para dirigir pastas essenciais no governo, o que seria extremamente danoso para o povo trabalhador.

O assalto identitário

Apesar de “belos currículos”, que tentam passar a imagem de “grandes lutadores” dos setores mais oprimidos da população, muitos destes oportunistas que estão se lançando a cargos no governo têm um histórico, na verdade, de defesa de uma política direitista e reacionária, que não cabe na fachada identitária que ostentam.

Figuras como Silvio Almeida, Douglas Belchior, Djamila Ribeiro, a cantora Margareth Menezes, Sonia Guajajara, Jean Willys, Guilherme Boulos, são figuras que se projetaram politicamente nos últimos anos através de “trabalhos” com ONGs imperialistas e que buscam agora ter um papel central no governo, querendo determinar assuntos como as questões da região Amazônica, a forma de investimento nos setores de energia, o funcionamento do aparato de repressão estatal. Pontos que são muito importantes para ficar à mercê de grupos que, em última instância, seguem uma política emanada de fora do país, de onde a burguesia imperialista mascara essa atuação com termos “bonitos e da moda” como combate ao desmatamento e degradação do meio ambiente, aquecimento global, proteção aos direitos dos povos originários, combate ao racismo estrutural, à misoginia ou transfobia etc.

São termos que foram criados nos países imperialistas, principalmente nos Estados Unidos, e são disseminados através do financiamento de ONGs, de grupos políticos cooptáveis, personalidades, artistas, acadêmicos e etc. que, no final das contas, estimulam o desenvolvimento de uma política direitista, reacionária, em que a lógica é de colocar alguns poucos negros, gays ou ditos índios em esferas do Estado, mas que finalmente não surtirá nenhum efeito para essas populações, pois estes estarão lá para propor ações performáticas, e se aproveitarão dos cargos de influência para colocar pautas que confundem os movimentos, desorganizam as bases de suas pautas reais, substituindo elas por questões secundárias ou puramente cosméticas, que não a mudança real da vida dos setores que eles dizem representar.

Em suma, a única forma de um parlamentar ou, nesse caso, de um governante que diz defender o interesse desses povos duramente oprimidos ,seria buscar dar condições de organização e de um enfrentamento real destes povos à burguesia. Esta seria a lógica que demoliria o Estado burguês, não somente colocar um carreirista numa determinada cadeira do governo.

Estes que se dizem líderes de movimentos populares deveriam agora estar aproveitando a oportunidade de um governo de um presidente que possui reais relações com a classe operária para mobilizar este povo nas ruas, exigindo melhoria das condições de vida com emprego, melhores salários, moradias etc, para todos os povos oprimidos, buscando inclusive uma luta unificada entre estes diversos setores.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.