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Eleição do BID

A primeira briga de Lula com o governo dos EUA já começou

Imperialismo quer meter o nariz onde não deve, como sempre

Com o advento da vitória de Lula, que se encaminha para seu terceiro mandato, iniciam-se também as indicações para ministérios, empresas estatais, secretarias — e todo mundo se sente com o direito de opinar sobre isso.

O imperialismo quer uma coisa, a burguesia quer outra, a imprensa faz o trabalho de martelar isso na cabeça de cada cidadão do planeta, dando pitaco em tudo o que Lula precisa ou não fazer. É o que tem acontecido, por exemplo, com a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A indicação favorita do imperialismo, contando inclusive com o aval dos Estados Unidos, é Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central durante toda a estadia do golpista Michel Temer na presidência, além de parte do primeiro ano de governo de Bolsonaro.

Ilan Goldfajn, entretanto, não é flor que se cheire — e Lula sabe muito em disso. Não basta apenas ser candidato do imperialismo e ter participado dos governos Temer e Bolsonaro, Goldfajn foi indicado pelo próprio Bolsonaro, tem ligações fortíssimas com os Estados Unidos e com Israel, sendo ele próprio um israelense naturalizado brasileiro. Trabalhou sempre na área de economia a ponto de ter ligações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de ter dado aula e estudado em diversas universidades estrangeiras.

Em suma, Ilan Goldfajn é um homem do imperialismo, ligado ao neoliberalismo e à direita. Felizmente, o futuro governo tem dado indícios de que não vai se deixar levar pelos anseios insaciáveis do chamado “mercado”. Celso Amorim e Guido Mantega, ex-ministros dos governos petistas de Lula e Dilma e nomes cotados para o governo, já se posicionaram contra essa indicação, afirmando que o governo prefere esperar para fazer essa indicação e que poderia ter outros nomes na manga.

O BID saiu machucado da última eleição, uma nomeação forçada de um americano ligado aos cubanos de Miami. Quando se falou de postergação, o importante era encontrar um nome de consenso, sem veto a ninguém, mas sem… não é natural que Lula saia para apoiar um candidato em cuja indicação não teve participação. Não houve nenhuma tentativa de comunicação. Cobrar agora apoio explícito é esperar um pouco demais. Eu e a maioria não temos nada contra, mas não temos razão para ferir o interesse de aliados outros do Brasil.”, afirmou Amorim em entrevista à CNN Brasil.

Isso, no final das contas, é mais um exemplo de como Lula tem enfrentado um pouco mais as exigências da burguesia, sobretudo em um contexto em que essa quer controlar tudo o que o futuro presidente pretende ou não fazer. O portal Brazil Journal, por exemplo, afirmou que, se Lula não apoiasse explicitamente Ilan Goldfajn, então o governo de Joe Biden já estaria pronto para anunciar outro nome: Gerardo Esquivel.

A questão aqui é que o imperialismo não tem que sugerir nome nenhum para coisa alguma. Lula, em conjunto com sua equipe, precisa tomar a decisão de quem é melhor para o quê, seja lá por qual motivo. Os EUA não têm que interferir em nada relacionado a assuntos de outros países, apesar de fazer isso com uma frequência impressionante ao promover guerras, invasões e bloqueios.

Ilan Goldfajn, Gerardo Esquivel, nenhum desses nomes importa para o Brasil. Se Lula quiser colocar o Tiririca para a presidência do BID, então que assim seja. O povo pode criticar a escolha, mas o fato é que o imperialismo de nada tem a ver com esse assunto. 

É isso mesmo que Lula deve fazer: não interessa o que o imperialismo quer, o importante é o que será melhor para o povo brasileiro, para o governo de maneira geral, não para a burguesia. O embate com o imperialismo é fundamental nesse sentido e deve, sim, ser acirrado, fazendo com que o Brasil não baixe a cabeça para ninguém, nem sua política interna, nem em sua política externa.

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