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Sina a ser vencida pelo povo

A luta dos prisioneiros da geografia e do imperialismo

Da luta contra os invasores persas e mogóis, passando pelo "Grande Jogo", até a expulsão dos Estados Unidos

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Antigas Rotas da Seda e o Afeganistão no Centro

Afeganistão e sua importância logística

Afeganistão é um dos territórios centrais para a circulação de pessoas e mercadorias na Ásia, continente com a maior porção de terras contínuas e população do planeta. O atual Afeganistão, por se tratar de um país excepcional do ponto de vista logístico, a meio caminho entre o Mar Mediterrâneo e a China, acabou sendo epicentro de disputas territoriais importantes ao longo da História, além de ser parte das rotas mais importantes de todos os tempos, as “rotas da seda”.

Fonte: Discovery China

No centro do mapa, onde se lê “Iranian Plateau”, ou Platô Iraniano, onde está localizado o atual Afeganistão, temos a rotas secundárias de comércio, especialmente de lazulita, uma rocha de origem metamórfica (vulcânica) muito utilizada para elaboração de artefatos de luxo. Por ser composta por calcita, sodalita e pirita, também conhecida como “ouro de tolo”, dada a semelhança com o ouro, para os menos entendidos.

Sendo um território fundamental dessa grande rede logística chamada “rotas da seda” (Seidenstraße), termo cunhado pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen, no século XIX, o Afeganistão foi submetido alternadamente ao domínio Mogol (Parte da Índia e Paquistão modernos, não confundir com “Mongol”) e Persa, antes mesmo da invasão britânica nas costas da Índia. As invasões estrangeiras que varreram as planícies do Hindustão, sempre passaram pelo Afeganistão antes, deixando rastros de destruição e explorando minérios como a lazulita e pirita. O Sultão Mahmud (o Grande), Genghis Khan, Tameriane e Nadir, todos tomaram este caminho. 

Ascensão do Afeganistão e início das hordas imperialistas

Em meio a conflitos de clãs e tribos, o século XVIII consolidou um território com ápice em termos de riqueza e desenvolvimento. Xá Ahmed, um guerreiro que assumiu o poder, expulsou os persas e estabeleceu domínio frente aos mogois, estabelecendo um reino de Khorossan, passando por Cabul, até chegar à Délhi.

Com um relativo período de paz e soberania, o Afeganistão começa a atrair cobiça do imperialismo, com o aprofundamento das forças produtivas da chamada ” segunda revolução industrial” na Europa. As potências industriais passam a estender a competição monopolista em buscar mercados, recursos e controle político sobre os países atrasados.

Napoleão Bonaparte enviou o General Gardane à Pérsia, na esperança de induzir este reino invadir a Índia. Com essa ofensiva, o governo indiano financiou uma oposição na Pérsia, a fim de evitar um conflito de maiores proporções. Nesse contexto a Índia cedeu ao oportunismo britânico, estabelecendo um reino independente no Punjab, região próxima do Afeganistão. O território afegão, portanto, ficou entre duas potências regionais que estavam submetidas ao imperialismo, sendo rapidamente tomada pelos britânicos nos movimentos seguintes desse xadrez.

A tomada momentânea dos britânicos, impulsionou forças anti-imperialistas a lutarem pela destituição de um governo fantoche na região. Na ocasião, o clã mais organizado militarmente eram os Bairukshee, que passou a ter o controle da região, mas organizou o país em torno da divisão do poder entre os membros do clã em regiões diferentes, a fim de evitar nova ocupação estrangeira.

Entremeios ao conflito europeu, o maior Império na Ásia era o império russo no século XIX, o que eliciava o desejo inglês em lutar contra os russos, a fim de estabelecer o controle do poder terrestre na região. Esse conflito ficou conhecido como o “Grande Jogo”. Enquanto a Índia estabelecia relações com o imperialismo inglês, mais ameaçava os persas. Estes, por sua vez, após derrota de Napoleão na Rússia, se organizaram em torno do país eurasiático, a fim de evitar uma ofensiva britânica. Nesse meio tempo, em 1838, os persas, com ajuda russa, sitiaram Herat, a chave do Afeganistão e da Índia.

De outro lado, do Afeganistão, de acordo com Friedrich Engels – entre 1838 e 1839 – o exército britânico, com cerca de 12 mil homens, acompanhados por mais de 40 mil civis, sem contar as novas tropas recrutadas pelo Xá da Pérsia, iniciaram uma ocupação do Afeganistão, porém, a falta de mantimentos e forragem para os animais passaram a ser notados como um problema logístico; camelos morreram às centenas e grande parte da bagagem foi perdida, porém a ofensiva continuou. Em 7 de abril, o exército alcançou a passagem de Khojak, cruzou-a sem resistência. Em 25 de abril, adentraram Kandahar, e os príncipes afegãos já tinham abandonado a cidade. Com isso, conta Engels, que a conquista do Afeganistão parecia realizada, com uma parcela considerável das tropas enviada de volta, mas os afegãos não se contentavam em ser governados pelos Feringhee Kaffirs (“infiéis europeus”).

Afeganistão no olho do furacão: o Grande Jogo

Os anos seguintes seriam de insurreição em todas as partes do país contra os invasores. Apesar das manifestações, as tropas inglesas continuaram a ocupação. Os líderes afegãos não ouviram os conselhos de oficiais militares e de outros agentes políticos. Quando o imperialismo nomeou um interventor em Bombaim, pretendia partir com outro corpo de tropas vindas da Índia, a fim de cercar o Afeganistão. Com esse movimento de cercamento em pinça, a insurreição foi limitada e o imperialismo novamente se recompôs a ponto de estabelecer longo domínio protetorado juntamente com os príncipes de clãs e tribos. 

No final do século XIX, em 1881, os britânicos, mesmo após outra vitória na Batalha de Maiwand (representação na imagem abaixo) saíram, mas sem lançar mão de sua influência. Em um golpe colocaram Abdur Rahman no trono. Um homem leal aceitável para britânicos, russos e para o povo afegão. Durante o seu reinado (1880-1901), os britânicos e os russos criaram oficialmente os limites do que se tornaria o Afeganistão moderno. Os britânicos mantiveram o controle efetivo sobre assuntos estrangeiros de Cabul. Rahman governou o Afeganistão na base da Ditadura até 1901, e foi sucedido por seu filho Habibullah Khan.

Royal Horse Artillery fleeing from Afghan attack at the Battle of Maiwand.jpg

No contexto do Grande Jogo entre Rússia e Reino Unido, durante a Convenção de São Petersburgo em 1907, a Rússia concordou que o Afeganistão ficasse fora de sua esfera de influência. Habidullah, que conseguiu manter a neutralidade do Afeganistão durante a Primeira Guerra Mundial, e assistiu ao primeiro movimento pela adoção de uma Constituição no país, foi assassinado por nacionalistas em 1919 e substituído por seu filho Amanullah Khan. Amanullah declarou a independência total e provocou a Terceira Guerra Anglo-Afegã. Após muita discordância, os britânicos concordaram com autonomia plena, sendo assinado o Tratado de Rawalpindi. Logo após, Amanullah fez reformas profundas na política interna do país ao abolir a servidão, chegando iniciar a formulação do Estatuto da Mulher, o que provocou descontentamentos e o obrigou a exilar-se. 

Entre 1929 e 1973, após uma série de guerras civis, é estabelecido o Reino do Afeganistão, derrubado por um golpe de Estado organizado entre as “forças modernizadoras progressistas” e clãs conservadores em torno da organização de um novo Estado; Entremeios ao Reino, “forças progressistas”, como o Partido Democrático do Povo, fundado em 1965 por Nur Muhammad Taraki, inicialmente apoiaram um golpe projetado por “forças modernizadoras” que contrastavam com as forças políticas do antigo regime. Inicialmente existia um discurso relacionado ao “socialismo afegão” ou “nacional-socialismo” (Luis Edel Abreu VERANES, 2021).

Ocupação soviética do Afeganistão

A partir do Golpe de 1973, oscilações em torno de questões socioculturais e econômicas vai apontar para alinhamento com a União Soviética e nesta década se radicaliza o Movimento Mujahideen – movimento islâmico composto por forças insurgentes antissoviéticas; Em 1978, foi assinado o “Tratado de Amizade Afeganistão-Soviética”, resultado das relações internas e da geopolítica da Guerra Fria. Inicialmente o tratado foi “amigável”, mas culminou com a expulsão dos membros do Bloco Parcham, em função da ingovernabilidade, resultando em uma crise econômica e política, o que resultará no aprofundamento da intervenção soviética, culminando com uma grande revolta em 1979, liderada por setores descontentes com a condução do país.

Babrak Karmal, que assumiu o poder em 27 de dezembro, um dia depois da grande revolta, decidiu pedir apoio à União Soviética, com base no “Tratado de Amizade” assinado um ano antes. Essa é a origem da intervenção soviética, que não foi apenas militar, mas também econômica. Todavia, no campo militar, visou conter o avanço da oposição que começou a se fortalecer a partir do Paquistão com o apoio do Ocidente, tornando o Afeganistão um grande cenário da Guerra Fria. Para melhor compreender o fenômeno da oposição, é necessário considerar o contexto regional do Oriente Médio, que está vinculado ao cenário global da Guerra Fria. Perto dali a Revolução Islâmica do Irã havia triunfado, derrubando o regime de Mohammad Reza Pahlavi (VERANES, 2021). O governo Karmal ficou refém da política de “equilíbrio de poder” juntamente as forças soviéticas, até a ascensão de Gorbachev, que assumiu o poder na União Soviética, dando início à desocupação do Afeganistão. 

Durante os anos de 1988 e 1989, foram estabelecidas diversas negociações internacionais entre o Afeganistão e o Paquistão, junto à Corte de Genebra, tutelado por soviéticos e estadunidenses, a fim de finalizar a ocupação das tropas soviéticas, o que aguçou contradições profundas, fazendo com que o estágio de guerra permanecesse. Durante os anos do colapso da URSS, continuou um apoio militar mínimo ao governo afegão até 1991, ao mesmo tempo que a OTAN fornecia recursos à oposição. Esse ano também demarcaria o colapso do governo afegão e se intensificam as disputas em torno da tomada de poder.

O Afeganistão pós-URSS

De acordo com Veranes

Fora de toda essa violência, o Talibã emergiu em 1994 em Kandahar, no sul do Afeganistão, liderado pelo mulá Mohamed Omar. Ele reuniu os esforços de ex-alunos das madrassas de Peshawar e ex-Mujahideen. Insatisfeitos com a situação caótica que os impedia de continuar seus estudos, eles criaram essa nova organização batizada com o nome que os vincula à sua condição de estudantes islâmicos, cujo conhecimento foi transmitido por um mulá. O Talibã começou a enfrentar os excessos dos senhores da guerra em Kandahar e logo se tornou uma força operacional capaz de tirar a população de grandes apuros em diferentes disputas locais. Diz-se que o mulá Omar não exigiu nenhuma remuneração econômica das pessoas salvas, apenas que elas o apoiassem no objetivo de estabelecer o verdadeiro Islã, livre dos desvios dos senhores da guerra e dos Mujahideen. (VERANES, 2021) 

Entre 1996 a 2001, o Talibã assumiu o Poder após trajetória de confrontos internos e das contradições imperialistas, por intermédio das Nações Unidas, OTAN e, especialmente Estados Unidos, que ajudou a fortalecer o Talibã considerando a possibilidade de uma intervenção violenta e definitiva, no contexto dos “Atentados de 11 de setembro de 2001”. 

Os 20 anos de ocupação dos Estados Unidos

Entre 2001 e 2021 sucedeu uma atuação de um governo fantoche e corrupto, sob liderança da trinca de Burhanuddin Rabbani, Hamid Karzai e Ashraf Ghani, a serviço dos Estados Unidos, o Talibã atuou para demonstrar que é possível, com determinação, expulsar o cancro do imperialismo, os violadores dos direitos e matadores de civis a sangue frio, como demonstrou Julian Assange, em 2011.

A síntese dos vinte anos de Massacre dos Estados Unidos podem ser lidas abaixo, nas palavras do companheiro Eduardo Vasco.

Mesmo as tchutchucas do imperialismo que repudiaram a vitória do Talibã são obrigadas a reconhecer um aspecto desse grupo “terrorista”.
Seus combatentes são militantes verdadeiramente abnegados.
Deixam no chinelo qualquer “militante” da esquerda brasileira.
Eram 78 mil os guerreiros que expulsaram os EUA do Afeganistão, muitos dos quais sem qualquer habilidade no manuseio de armas de fogo.
De sandálias e trajes tradicionais, a pé ou no máximo a cavalo, analfabetos e famintos.
Derrotaram a maior potência econômica e militar do mundo. Os mais de 2 trilhões de dólares despejados pelos Estados Unidos contra o Talibã e o povo afegão não serviram de nada. Foram usados para assassinar pessoas inocentes, mas não garantiram o controle sobre o Afeganistão.
Escondidos em grutas, montanhas, desertos, escombros, os combatentes talibãs resistiram por vinte anos às bombas jogadas sobre suas cabeças.
Vinte longos anos.
Muitos cresceram na clandestinidade. Muitos nasceram e foram perseguidos durante a vida inteira, lutando pela libertação de seu povo. Milhares foram mortos pelas tropas invasoras. Um número grande também foi preso e torturado.
O que os fez tão resistentes? O que os fez insistirem tanto em uma guerra tão desigual?
Analisando a série de reportagens da Record no Afeganistão, uma coisa me chamou muita atenção.
Em Jalalabad, capital da província de Nangarhar, a 150 km a leste de Cabul, um militante do Talibã contou uma história ao repórter.
“Uma vez tive uma conversa com um soldado americano. Perguntei: ‘por que vocês vêm aqui com suas armas, seus helicópteros, suas bombas?’ Lembrei a ele que nós já havíamos derrotado o exército soviético, talvez mais forte do que os americanos. Em vez de me responder, o soldado me perguntou qual era meu serviço. Eu disse: ‘sou estudante universitário e ao mesmo tempo soldado do Talibã’. Notei esse soldado americano muito infeliz, e ele me confessou: ‘esta não é a minha guerra, apenas cumpro ordens.’ O soldado dos EUA me perguntou: ‘onde está o Talibã?’ Respondi que estava a apenas meio quilômetro dali. Ele então me pediu para levar um número de telefone para o comandante talibã. Eu disse que não podia fazer isso. Então, o soldado mais uma vez fez confissões: ‘não quero estar frente a frente com o Talibã’. Isso foi há oito anos, e, é claro, existem também os casos de soldados afegãos que mataram o seu próprio povo a serviço do governo marionete dos EUA como o de Hamid Karzai.”
Então, com muito orgulho, um outro combatente declarou: “Somos soldados do Islã.”
E outro, em seguida, disse que não precisa de salário para guerrear pelo Islã e pelo Afeganistão. Repetiu: “soldado talibã, sem salário!”
Um quarto militante foi ainda mais profundo: “por essa bandeira (segura a bandeira do Talibã) sacrifico minha vida, meu dinheiro, minha mente e até meus pais, se for preciso. Um amor incondicional à nossa religião e ao nosso país.”
Por último, o chefe completou: “nós amamos muito nosso país, nossa religião e nossa bandeira também.”
Os talibãs são herdeiros da longa tradição de luta do povo afegão pela liberdade. Libertaram o seu país tal como o fizeram os coreanos e vietnamitas. Esse caminho deve ser seguido por todos nós. (VASCO)

Trata-se de uma cronologia de uma disputa territorial muita dura a um território central para a logística eurasiática. Rússia e China já se aproximaram do Afeganistão, que segue construindo uma nova diplomacia, condizente ao bloco de poder que dominará este século muito em breve. Toda a esquerda mundial deve apoiar a expulsão dos Estados Unidos do território afegão.

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