Após a eleição do ex-presidente Lula no final de outubro, a qual o dirige para seu terceiro mandato como presidente do Brasil, a burguesia tem feito suas manobras para fazer com que o governo fique cada vez mais com a “sua cara”, ou seja, para fazer com que seus representantes assumam cargos importantes e joguem para que o governo Lula vá para o caminho de concessões para a burguesia.
O principal meio de disseminação dessas ideias é a imprensa burguesa. Globo, Folha, Estadão, UOL e toda a lata de lixo dos meios de comunicação da burguesia fazem um trabalho editorial incansável para meter o dedo no que Lula deve ou não fazer, com quem Lula deve ou não conversar ou com quem Lula deve ou não realizar determinados acordos.
Essa tentativa é natural da burguesia e serve como uma espécie de período transitório entre os governos que a classe utiliza para criar uma opinião pública favorável aos golpistas que querem tomar conta do governo. Todas essas figuras, por mais carniceiras que possam ter sido em governos anteriores, tentam impulsionar uma imagem “boazinha” para, no final das contas, se infiltrar no governo e tirar proveito dele por dentro.
Essa espécie de “Lula de mel“ com Lula e a burguesia é completamente falsa. Não é porque Lula está eleito que o bolsonarismo desapareceu — e nem mesmo pretende desaparecer. A direita e seus diversos setores estão tentando entrar cada vez mais no governo, se infiltrando aos poucos conforme este vai se consolidando ao escolher quem vai para cada cargo.
O fato é que o PT não pode deixar isso acontecer. Os únicos que devem “se infiltrar no governo” são os trabalhadores, é a população — é preciso pressionar para que o governo tenha verdadeiros representantes do povo e para que cumpra aquilo que prometeu, sendo verdadeiramente pressionado por aqueles que deve atender.
Lula não pode se deixar levar pelas manipulações da imprensa e nem pelas tentativas da burguesia de se apossar do seu governo. As figuras direitistas que aparecem uma atrás da outra servem apenas como um tumor crescente para o governo Lula que tentarão, após esse período “pacífico”, tomar de assalto o governo para mantê-lo em suas mãos, não deixando nenhuma brecha para que o povo possa pressionar o governo à esquerda pelas suas reivindicações.
É preciso, primeiramente, deixar de lado a direita e essas figuras asquerosas, inimigas do povo, que tentam se promover por meio da imprensa burguesa como grandes salvadoras da pátria. Após isso, é necessário que se pressione o governo cada vez mais à esquerda para que o povo possa ter o mínimo de controle sob o governo Lula, fazendo com que sua política seja minimamente combativa e a favor dos trabalhadores.
