A esquerda no Brasil segue o mesmo caminho da esquerda em nível mundial. Agarrada às “pautas” da pequena burguesia, se tornam os mais ferrenhos defensores do regime político capitalista. E com isso, ainda deixam o espaço de contestação ao sistema que esmaga a população livre para a demagogia da extrema-direita.
No lugar da denúncia ao monopólio das comunicações, defesa da Rede Globo e de todo o cartel que monopoliza o setor das comunicações no país. No lugar da defesa enérgica de um direito democrático fundamental como a liberdade de expressão, pedem por mais censura. Se colocam ao lado da odiada Globo e das instituições que oprimem os trabalhadores para depois que der tudo errado culpar o povo por achar que Bolsonaro é uma alternativa a essas porcarias.
Com sua bússolas politica completamente descalibrada, se aproximam cada vez mais dos principais representantes da burguesia com o argumento do combate a Bolsonaro. Dormem ao lado de lobos para se proteger de um cachorrinho que late muito. Como se o golpe de Estado de 2016 tivesse sido obra dele ou ainda a fraude eleitoral de 2018 que tirou Lula do páreo.
A bola da vez no debate eleitoral é justamente uma jornalista da Globo e da TV Cultura. Vera Magalhães ganhou destaque, vejam só, justamente durante o chamado “escândalo do mensalão”. Magalhães teria flagrado o ministro do STF Lewandowsi conversando com o irmão por telefone, enquanto jantava num restaurante em Brasília. A atenta Vera teria identificado falas do ministro que indicavam que o mesmo procurava aliviar para o ex-Ministro-Chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu.
Onze anos depois, seguiu com a campanha de pressão sobre o STF, incluindo o mesmo Lewandowski. Desta vez com Lula no radar, preso e candidato à presidência. Vera participou diretamente da campanha que elegeu Bolsonaro. O que torna as manifestações de solidariedade por parte da esquerda um verdadeiro exercício de mediocridade política. A bola da vez é uma típica jornalista da imprensa burguesa, com passagens por Folha de São Paulo, Veja, Jovem Pan e O Estado de São Paulo, sempre defendendo os piores inimigos do povo.
Como se não bastasse cair nessa manobra da direita, dois deputados do PT, Emídio de Souza e Paulo Fiorilo) deram entrada em pedido de cassação do deputado Douglas Garcia (Republicanos). O bolsonarista abordou a jornalista ao final de um debate na TV Cultura e repetiu fala do ilegítimo presidente, dizendo que Vera era “um vergonha para o jornalismo brasileiro”. Para responder ao que seria uma grave violência bolsonarista, os deputados optaram por atacar a imunidade parlamentar.
Em rede social, Fiorilo disparou “Nojo desse tipo de pessoa que se esconde na imunidade parlamentar para intimidar e agredir”. Também na internet, “o mais tucano dos petistas” Fernando Haddad corroborou “Deputado que agride ou assedia jornalista deve ser cassado por falta de decoro. Vamos transformar a Assembleia Legislativa de SP em território livre de misoginia”. Não é difícil entender que esse movimento de fragilização dos direitos de políticos eleitos vai servir justamente para chutar a esquerda do parlamento quando a burguesia precisar.