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Problema no coração

A esquerda bem pensante descobriu que D. Pedro era bolsonarista

Como não poderiam faltar, chovem as leituras equivocadas sobre a atuação do Imperador e seu papel na nossa Independência

Por ocasião da vinda do coração de Dom Pedro I para a comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, estamos assistindo a uma série de colocações idiotas por parte da esquerda bem pensante. Com o raciocínio abalado diante do espantalho de Bolsonaro, associam o proclamador da independência do país ao atual presidente.

“O Brasil é uma farsa”

À luz da ideologia identitária, que como fica cada dia mais claro se trata de um Cavalo de Troia do imperialismo, parte da esquerda vem há alguns anos propagando que a história nacional não passa de uma sequência de episódios farsescos ou grotescos. A chegada dos portugueses foi uma tragédia, os bandeirantes foram assassinos estupradores que desbravaram o gigantesco território brasileiro em busca de sangue inocente e a Independência foi uma mera encenação para enganar os brasileiros.

Soberbamente ignorantes do processo histórico da humanidade em geral, e do Brasil em particular, essa esquerda se empolga para interpretar a história apoiada no modismo da vez. Assim, ao invés de constatar a importância política do Grito da Independência, destacam que o processo de independência nacional liderado por Dom Pedro I deixou de lado os negros, os indígenas… só faltou criticarem a falta de mulheres e da população LGBT nessas tropas do século XIX. Como fica o protagonismo dos negros, indígenas, mulheres e LGBTs!?

Usando um rígido e arbitrário critério, que só vale para o Brasil, os identitários procuram apagar a importância da constituição do próprio país, que ocupa quase metade do território da América do Sul e “coincidentemente” é o mais industrializado. Essa jogada interessa apenas ao imperialismo, que teria seu acesso aos recursos do país muito mais facilitado com uma eventual fragmentação territorial.

Quem foi Dom Pedro I

Filho de Dom João VI e da rainha Carlota Joaquina, veio ao Brasil com a família real diante da invasão da França de Napoleão Bonaparte. Episódio que alavancou o desenvolvimento econômico do país e criou uma situação inédita de maior autonomia para a colônia. As movimentações no sentido de regredir o status da colônia à situação anterior, motivaram diversas agitações contrárias à dominação portuguesa, que eclodiram na proclamação da Independência do país por parte de Dom Pedro I.

Recebeu as alcunhas de “Libertador” e “Rei Soldado” por conta de sua atuação decidida diante de conflitos importantes. A Independência, ao contrário do que os revisores da história propagandeiam, contou com uma série de batalhas reais, lideradas por Dom Pedro I. Depois de consolidar a integridade territorial do Brasil independente, retornou a Portugal para outra empreitada progressista. Após uma dura luta, onde também atuou militarmente, levou os liberais à vitória na Guerra Civil Portuguesa.

A importância dos princípios na política

Para fazer política de forma consequente é obrigatório ter princípios, ter programa. O oportunismo, a política de ocasião, não se sustentam com o desenvolvimento dos acontecimentos. Se por ocasião dos 200 anos da proclamação da Independência o presidente fosse Lula, qual seria a abordagem de parte dessa esquerda ao legado de Dom Pedro I? Bom, para a esquerda antipetistta provavelmente não seria muito diferente, mas outros abordariam o fato de forma muito diferente.

Essa volatilidade ideológica é bastante nociva e é observável na maioria dos temas mais discutidos atualmente. Um exemplo muito poderoso dessa inconsistência é a discussão em torno da liberdade de expressão, bandeira histórica da esquerda. Quem diria que em pleno século XXI esquerdistas entrariam de cabeça numa campanha de defesa à censura, por conta do medo do bolsonarismo?

Os “bem pensantes”, à direita e à esquerda, menosprezam o aprendizado da população. Porém esse aprendizado é concreto, opera no dia a dia conforme a luta política se desenvolve. Essa inconsistência ideológica, que oscila ao sabor dos ventos, não passa desapercebida. Para organizar o povo, é preciso ter uma política séria e decidida.

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