O primeiro turno nas eleições presidenciais na Colômbia tem uma verdadeira dança, onde o candidato principal do imperialismo passou de uma projeção de 3% para um resultado efetivo de 27,9%. Classificado para o segundo turno segundo, o “Trump tropical”, apoiado pelos setores mais à direita passa a ter 43,3% contra 46,1%, um “empate técnico”, numa pesquisa com margem de erro de 2,5%.
O poder de manipulação eleitoral da Burguesia
O regime atual é uma ditadura controlada à mão de ferro pela burguesia, que além de ter o controle sobre as instituições que realizam o pleito, tem os recursos econômicos e humanos, com décadas de prática, para manobrá-la a seu favor. Então, não é de se entranhar que essa classe social detenha tamanho controle sobre a situação política, mesmo sob situações tão adversas.
Essas manobras eleitorais que transformam cenários inimagináveis possíveis são práticas comuns da burguesia em todo o mundo. No texto em tela, comentamos sobre a Colômbia, mas o Brasil sofreu o golpe de 2018, e manipulações absurdas como os pleitos de 1989, 1994 e 1998.
A burguesia contam com larga experiência nessas investidas e toda a maquina estatal a seu favor. Por isso, não seria de se estranha que a terceira via tão defendida por Setúbal ressurgisse entre os escombros para dominar o pleito, em oposição ao espantalho de Bolsonaro.
Pesquisa de opinião ou opinião de quem pesquisa
No mundo social, toda comunicação detém um interesse. Um estudo de estatística acerca das pretensões de votos não é diferente. As pesquisas eleitorais impedidas por motivo obviou de consulta todos os eleitores, consulta uma amostra desses, devendo respeitar parâmetros que refletem no resultado.
Ocorre que mesmo atendendo-se as demandas cientificam da estatística, essas necessidades surgem de premissas impostas ao objeto de estudo. Ou seja, o recorte realizado no universo para amostras atende a um objetivo.
De forma direta, as empresas que realizam os estudos tem interesses nos mesmo, direta ou indiretamente (reduzir custos, por exemplo). Sendo assim seu trabalho abertamente passível de dúvida, não se podendo confiar cabalmente em nenhum dos seus resultados.
Colômbia quintal dos EUA
É ponto pacifico que a América Latina desde o período colonial até a contemporaneidade, em sua maioria, um continente de colônias, exploradas pelos impérios que a alcançaram. Fato robustamente denunciado pelo jornalista Eduardo Galeano em Veias da América Latina.
Há muito os Estados Unidos vêem a Colômbia como um quintal e base de apoio para sua intervenção no restante do continente. Sendo improvável que os EUA permitam a um candidato com postura mais à esquerda e algum apoio popular vença o pleito.
A história recente da Bolívia e Brasil demonstram justamente o contrário, desde a crise de 2008, onde o imperialismo pode, implantou golpes ou governos neoliberais. As poucas exceções foram frutos de amplos levantes das massas, mobilizações que forçaram o imperialismo a afrouxa os regimes.
Lições da vida
A esquerda brasileira, principalmente o PT, deveria observar atentamente o desenrolar das eleições colombianas. E retirar as lições necessárias ao nosso processo eleitoral, há ainda muita margem para a burguesia manipular no pleito de 2022.
Se a esquerda caí no canto de sereia de já ganhou e não mobilizamos a população, possível ao imperialismo colocar na presidência o seu candidato favorito ou o próprio Jari Bolsonaro.