Em reunião realizada na última quarta-feira (26), na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o Fórum das Centrais Sindicais convocou a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) para os dias 11 e 12 de Abril. A matéria publicada no portal Vermelho, órgão de imprensa do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no último dia 26 de janeiro, afirma que o objetivo da conferência é aprovar a agenda da classe trabalhadora, a ser entregue para os candidatos à presidência da República.
No portal, a declaração de Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) dá o tom do clima do encontro: “É preciso unir os trabalhadores e o movimento sindical em torno de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho e distribuição de renda. Além de tirar Bolsonaro do poder, o Brasil precisa de um governo que retome investimentos, viabilize um crescimento sustentado da economia e abra um ciclo progressista para o povo brasileiro. A Agenda da Classe Trabalhadora será nosso guia para as eleições de 2022.”
As declarações apontam para aquilo que este diário vem abordando no campo partidário só que no terreno sindical: há toda uma articulação no sentido de boicotar a candidatura de Lula. Em nenhum momento na matéria do portal Vermelho é possível identificar qual seria a candidatura dos trabalhadores, pelo contrário a Conclat segundo a CTB pretende elaborar um programa em conjunto com todas as ditas centrais para apresentar aos presidenciáveis e não um programa a ser levado adiante pela candidatura dos trabalhadores. Convenhamos que não faz muito sentido apresentar a redução da carga horária de trabalho para 35 horas semanais a um Amoedo quando você tem uma candidatura que de fato pode levar essa proposta adiante como Lula.
Unificar todos os setores do sindicalismo nacional, dos patronais como a Força Sindical aos que representam de fato os trabalhadores, como a CUT, não trás nenhum ganho para os trabalhadores. Pelo contrário, afinal de contas sabemos que no momento de paralisia que se encontra a classe operária brasileira e mundial a predominância na burocracia sindical é por posições direitistas.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) não deve abrir mão de defender reivindicações operárias para adotar um programa de consenso com organizações patronais disfarçadas de sindicatos. É preciso deixar de lado a política de buscar um acordo com as ditas “centrais” pelegas, como a própria CTB ou, pior ainda, organizações patronais como a Força Sindical, CSB, NSC, entre outras. A participação da CUT na Conclat e a elaboração de um programa comum nas atuais condições vai apenas dar credibilidade a uma proposta direitista feita em nome do movimento sindical.
É preciso mobilizar os trabalhadora em torno de suas próprias reivindicações. A CUT deve em primeiro lugar aprovar imediatamente o apoia incondicional a candidatura de Lula e com base neste apoio convocar em todos os sindicatos filiados congressos, seminários, conferências, plenárias ou assembleias para discutir um programa de reivindicações e de mobilização em torno desta candidatura.