Fruto de sua época, Kepler foi um dos mais importantes astrônomos da história. Contemporâneo de Galileu Galilei e precedido por Nicolau Copérnico, foi também um estudioso polímata, tendo se aventurado por áreas diversas como matemática, física, ciências naturais, cosmologia, filosofia, musicologia, teologia e por aí vai.
Durante parte de suas investigações, trabalhou para o astrônomo Tycho Brahe, que defendia uma teoria híbrida entre os modelos de Ptolomeu, que colocava a Terra no centro do Universo, e de Copérnico, que acertadamente colocava o Sol como objeto central em relação a todos os planetas da nossa vizinhança. Apesar de sua teoria se mostrar equivocada, seus minuciosos registros serviram de valiosa base para os estudos de Kepler.
Confirmando a teoria heliocentrista de Copérnico, de seu trabalho foram extraídas 3 leis para explicar o movimento dos planetas ao redor do Sol. A primeira Lei de Kepler, a Lei das Órbitas, estabelece que as órbitas dos planetas são elípticas e não circulares, com planetas e Sol localizados no mesmo plano. A segunda Lei de Kepler, Lei das Áreas, demonstra que a velocidade dessas órbitas é variável, onde os planetas se deslocam mais rapidamente quando passam próximos ao ponto da órbita mais perto do Sol e mais vagarosamente quanto passam pelos pontos mais distantes. Essa variação obedece à variação das áreas formadas entre o Sol e duas posições diferentes de um planeta ao longo de sua órbita, de forma que a velocidade areal se mantém constante.
Já a terceira Lei de Kepler, a Lei dos Períodos, estabelece que quanto maior for a órbita, mais vagarosamente um planeta se movimenta ao redor do Sol. Dessa forma, já demonstrou que a força da interação entre o Sol e os planetas diminuía quanto maior a distância. Isso antes do nascimento de Isaac Newton, que formalizou a lei da gravitação universal.
Figura de um período bastante progressista da história humana, com a burguesia em plena ascensão e o desenvolvimento industrial dando seus primeiros passos. Mesmo ainda apegado a explicações religiosas, Kepler foi partidário de uma teoria que se chocava com a visão de mundo imposta pela Igreja Católica. Faleceu aos 58 anos, em 15 de novembro de 1630 na Baviera, região que viria a integrar o Estado moderno Alemão.