Diego María de la Concepción Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera y Barrientos Acosta y Rodríguez, ou, simplesmente, Diego Rivera nasceu em 08/12/1886 no estado mexicano de Guanajuato. Artista precoce, ingressou na Academia de Belas-Artes de San Carlos aos 10 anos, de onde foi expulso aos 16 por participação em uma greve estudantil.
Após participar da Academia de San Pedro Alvez na capital do país, o sucesso de sua primeira exposição fez com que conseguisse uma bolsa de estudos que o permitiu viajar para a Europa, onde acabou ficando de 1907 a 1921. Lá, teve contato com a vanguarda artística do centro econômico da época, incluindo os pintores Pablo Picasso, Juan Miró e Salvador Dalí, além do arquiteto Antoni Gaudí, entre outras figuras marcantes.
Retornando ao México após a conclusão da Revolução Mexicana, que se estendeu de 1910 a 1920, Rivera foi um dos criadores do movimento Muralista. Ao lado de José Orozco e David Siqueiros, Rivera deu uma expressão artística ao movimento de luta popular existente no país. Em oposição às pinturas em cavaletes, que em grande medida acabavam restritas às coleções particulares, esses artistas trouxeram temas relevantes à vida do povo mexicano para enormes murais, onde a arte não poderia ser escondida da população.
Inspirados no sentimento nacionalista produzido pela revolução, Rivera e os demais muralistas buscaram valorizar as características do povo mexicano e sua história recente e antiga, já que existiam civilizações bastante organizadas que antecederam a chegada dos espanhóis no México. Também influenciados pela Revolução Russa, os muralistas procuraram retratar a luta de classes nas suas obras, aproveitando o apoio do governo nacionalista da década de 1920.
Militante trotskista, interveio junto ao governo mexicano na década de 1930 para que o exilado e perseguido Trótski recebesse asilo no país. Ao lado de André Breton e Leon Trótski, Rivera participou das discussões que culminaram no Manifesto por uma Arte Revolucionária e Independente, cuja essência está expressa na formulação “Toda licença em arte”. O próprio Trótski lapidou a formulação proposta pelo surrealista Breton de “toda licença em arte, exceto contra a revolução proletária”, retirando o que poderia servir como brecha para abusos.
Atualmente, temos fartos exemplos do que esse tipo de brecha é capaz, como vemos nos que defendem que a liberdade de expressão não pode ser absoluta. Ou seja, essa liberdade não existiria de fato.
A seu respeito, o líder da Quarta Internacional escreveu no artigo Arte e política na nossa época:
“Você deseja ver com seus próprios olhos os mecanismos ocultos da revolução social? Veja os afrescos de Rivera. Você deseja conhecer como é a arte revolucionária? Veja os afrescos de Rivera.”