Em mais um passo no sentido de universalizar a fraude no futebol, a Federação Paulista de Futebol (FPF), determinou a realização, em caráter “experimental”, da utilização do VAR (Árbitro Assistente de Vídeo) na fase final da Copa Paulista.
Até então, apenas o Paulistão e o mata-mata da Série A2, contaram com o esquema de vídeo, mas com o VAR tradicional, com custos mais altos para os capitalistas do futebol. O campeonato que reúne nesta edição 17 clubes do Estado de São Paulo, das séries A1, A2 e A3, agora se encontra em sua segunda fase, com a participação de 8 clubes classificados e que dará uma vaga à Copa do Brasil ou à Série D do Brasileiro. Esta segunda fase inciou neste sábado. Com o aumento da importância dessa Copa e, sendo assim, dos interesses financeiros por detrás da competição, coincidentemente a FPF determinou a introdução do VAR na fase decisiva que reúne São Caetano, XV de Piracicaba, Votuporanguense, Portuguesa de Desportos, EC Sã Bernardo, São Bernardo Futebol Clube, Noroeste de Bauru e Botafogo de Ribeirão Preto.
No entanto, o uso do VAR nesta Copa terá custos inferiores, com o objetivo de procurar fortalecer o sistema de fraude dentro destes campeonatos. O VAR terá quatro câmeras por jogo, com o custo de 28 mil reais por partida, para a manutenção do esquema, ao contrário das oito câmeras utilizadas no Brasileirão, com custo de 49 mil reais por partida. A Federação Paulista de Futebol que dentro de sua política de manter baixos investimentos nas divisões inferiores, onde no Estado mais rico da Federação e também no estado onde se encontra a elite do futebol nacional, a grande maioria dos clubes passam todo um semestre sem campeonatos e com milhares de jogadores desempregados, casos dos clubes das séries A2, A3 e B1, neste caso, o baixo investimento no VAR Light é menos mal, mas de qualquer modo a intenção é fazer das quartas de final um balão de ensaio, para instituir nas competições das divisões inferiores do futebol nacional um mecanismo que atenda a interesses alheios ao do futebol, com a intenção de produzir resultados que atendam interesses capitalistas regionais na determinação ou facilitação de favorecimentos a determinadas equipes nestas competições, assim como já vimos em competições maiores como a Copa do Mundo de Futebol, que somente para relembrar um fato, beneficiou a seleção belga nas quartas de final da copa de 2018, tirando o Brasil da competição.
Todas as trapalhadas do árbitro de vídeo há muito colocaram em xeque sua utilização. Os próprios jornalistas da imprensa golpista não conseguem esconder o que é o VAR. Seu papel de inimigo do futebol é muito escancarado.
Caminhamos para a morte do futebol, o que equivale dizer que estamos indo no sentido do predomínio do chamado “futebol moderno”. O esporte sem graça, moralmente desprezível justamente por se propor, de maneira cínica, a ser “ético e limpo”, sem arte e sem emoção. O mesmo futebol moderno que impede a festa das torcidas, que impõe a torcida única nos estádios, que cobra um preço abusivo nos ingressos nas arenas, como é o exemplo os preços altamente abusivos cobrados para as finais da Copa do Brasil e da Libertadores.
A primeira partida a utilizar o recurso tecnológico-político do VAR, será entre Votuporanguense e Portuguesa de Desportos, que terá também o retorno das torcidas aos estádios, com a permissão de 50% de público nos estádios paulistas. O fator torcida é o ponto de salvação do futebol brasileiro, é necessária a ampliação da organização política de todas as torcidas contra o futebol moderno, que visa somente o enriquecimento lícito e ilícito de capitalistas e dirigentes, enquanto o futebol vai cada vez mais deixando de ser algo popular e sendo instrumento de riqueza para importantes setores burgueses. É essa força do povo que é a única capaz de enfrentar a tentativa de assassinato do futebol. O mesmo povo, pobre, negro e trabalhador, que tomou para si um esporte que era da burguesia para transformá-lo em arte é quem fará balançar as estruturas do futebol moderno até derrubar as colunas expropriadoras do esporte do povo.