A não ser que você seja um direitista radical, defender a operação Lava Jato está bastante fora de moda. Tantos foram os crimes cometidos por aqueles procuradores e Sergio Moro que é impossível não olhar com asco para todo o esquema montado. Pior ainda quando se vê os resultados políticos e econômicos desastrosos produzidos por ela.
É impressionante que um partido de esquerda, como o PSOL, defenda uma operação como essa. Já era incrível no começo quando as coisas ainda estavam confusas – se bem que para uma pessoa de esquerda, um dirigente político, o caráter da Lava Jato deveria estar claro desde o início. Mas o que dizer quando esse mesmo partido se coloca na defesa do lava-jatismo mesmo agora, depois que tanta água já correu por baixo da ponte? O PSOL apenas confirmou ser um partido golpista e pró-imperialista.
Mas não é apenas golpismo. Para poder se constituir como uma operação golpista, a Lava Jato se aperfeiçoou numa verdadeira operação criminosa, que se estendeu por vários aspectos da vida política do País.
Nesse sentido, não estávamos diante de uma operação institucional que cometia alguns “excessos”, estávamos diante de uma quadrilha de bandidos que se travestiu de instituição para cometer crimes em larga escala.
Lava Jato mostrou que Ministério Público, assim como todo o judiciário deveria ser eleito e fiscalizado por outro órgão eletivo como o Congresso. Todo o resto é antidemocrático. Mas a votação da PEC com apoio de PDT e PSOL mostra que estão preparando novos golpes de Estado pic.twitter.com/hlXB3mvosr
— Rui Costa Pimenta (@Ruicpimenta29) October 21, 2021
Os efeitos da Lava Jato não se limitam ao regime político. Com certeza, o papel essencial que cumpriu no golpe é um dos piores produtos de sua ação, mas há muitos outros crimes.
Em primeiro lugar, a Lava Jato se constituiu como um instrumento de intervenção do governo norte-americano no País. Está provado que juízes e procuradores agiram a mando da CIA para intervir na política nacional. Isso por si só já se constitui em crime gravíssimo contra todo o País.
Essa interferência política do imperialismo só foi possível graças a um esquema que permitia passar por cima da lei para conseguir seus objetivos. Sob o pretexto do combate à corrupção, a Lava Jato extinguiu direitos democráticos básicos a fim de prender pessoas. Instituiu, por exemplo, a delação premiada, uma espécie de tortura moderna voltada para políticos e empresários. Outra aberração dentre muitas foi a extinção do direito do réu aguardar em liberdade durante o trânsito em julgado e da apelação em terceira instância. Uma operação controlada por uma comarca de 1ª Instância passava por cima de decisões de instâncias superiores.
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Foi instituído reino da arbitrariedade e da barbárie jurídica.
Foi graças a isso que políticos foram presos sem provas até chegar à prisão de Lula em plena eleição, o que serviu para dar a vitória do candidato golpista, que acabou sendo Jair Bolsonaro.
No meio desse processo, a Lava Jato ainda devastou a economia nacional. Foi responsável por falir empresas nacionais, dar um prejuízo estimado de R$ 142,6 bilhões em apenas um ano. Segundo a professora de economia da PUC-SP, em matéria publicada no sítio da FUP,
Importantes setores da economia nacional, principalmente da indústria petrolífera e da sua cadeia de fornecedores, como a construção civil, a metal-mecânica, a indústria naval, a engenharia pesada, além do programa nuclear brasileiro. Apenas em seu primeiro ano, estima-se que a Lava Jato retirou cerca de R$ 142,6 bilhões da economia brasileira
Um prejuízo desse tamanho para a economia nacional, portanto para o povo brasileiro, só pode ser chamado de crime. Não um crime qualquer, mas uma enorme operação criminosa montada em colaboração com o imperialismo para roubar o País.
Interessante um partido como o PSOL não notar isso. Na verdade, é impossível não saber de tudo isso nessa altura do campeonato, mas o PSOL precisou acompanhar a política da classe social a qual está ligado: o imperialismo.
Todos os que participaram dessa operação de pirataria como essa deveriam ser punidos, inclusive como traidores da pátria. Aqueles que apoiam esses criminosos, como o PSOL, são cúmplices de seus crimes.