Auxílio emergencial

Sem auxílio, Bolsonaro colocará 30% da população na pobreza

Se a situação já era crítica com a crise da economia e com os poucos recursos do auxílio, a situação agora tende a uma convulsão social

Com o fim do auxílio emergencial em dezembro de 2020, a pobreza no Brasil aumentou consideravelmente. Se a situação já era crítica com a crise da economia e com os poucos recursos do auxílio, a situação agora tende a uma convulsão social devido à tamanha dificuldade pela qual a população brasileira vem passando com o desgoverno Bolsonaro. Pago a cerca de 67 milhões de brasileiros, o auxílio emergencial, que não supria as necessidades básicas de uma família com no mínimo dois filhos, conteve durante nove meses a possibilidade de uma revolta social.

Sem emprego e com o fim do auxílio, nesse primeiro trimestre do ano a população já irá sentir um impacto maior em suas finanças, com a fome angustiando o povo e a taxa de extrema pobreza aumentando. Segundo Daniel Duque, pesquisador da Fundação Getúlio Vergas, com o fim do auxílio, 29,5% da população brasileira estará na pobreza e 9,7% deve ser a fatia da extrema pobreza.

Todas as regiões brasileiras foram duramente atacadas pela crise e o sudeste, apesar de ser a região mais rica, sofreu um dos maiores impactos, pois a crise na saúde atingiu o seu mercado de trabalho de forma significativa. Assim como nas demais regiões, o auxílio emergencial para 70 milhões de cidadãos da região sudeste reduziu a desigualdade social medida pelo índice Gini(que mede a desigualdade social), segundo estudo dos economistas Naércio Menezes, Bruno Komatsu e outros.

O fim do auxílio lançou mais desempregado no mercado de trabalho. E quem mais sofre com essa crise são os negros, as mulheres  e as pessoas com baixa escolaridade. Sem dinheiro, o povo sofre discriminação e não tem condições de disputar as poucas vagas de emprego.

“O dinheiro é contado numa família pobre, acho que as outras pessoas não fazem ideia. Para quem fica sem renda, comprar um pacote de internet está fora do alcance. Essas pessoas muitas vezes não têm roupa, não têm experiência formal, além de sofrerem discriminação. Todas essas coisas fazem com que fiquem em desvantagem em relação a quem teve acesso à educação e melhores oportunidades”, diz o economista Naércio Menezes sobre as dificuldades da população mais oprimida nessa crise.

Os dados do IBGE revelam a desigualdade da sociedade brasileira com relação a ganho salarial.  Os brancos ganharam  em 2019 quase 70% a mais do que os negros, com a mesma quantidade de horas trabalhadas. Concluir uma faculdade é duas vezes mais propício a um branco. As mulheres também foram bastante atingidas, pois estão em sua maioria trabalhando no setor comercial e de serviços, os mais atingidos pela pandemia.

O atraso genocida na vacinação da população também trouxe mais prejuízos para os mais oprimidos. Sem vacina e sem auxílio, os setores da economia que abrigam o povo são os mais atingidos economicamente. Com essa crise estrutural do emprego, os mais qualificados estão disputando até as tradicionais vagas ocupadas pelo povo.

Para atenuar essa crise, é preciso retomar o auxílio emergencial, com uma ampliação de beneficiários e um valor de pelo menos um salário mínimo (R$1.100,00 hoje). Por causa do endividamento público, o presidente ilegítimo Bolsonaro descarta a possibilidade de retomar o auxílio. Paulo Guedes, o ministro da economia, admitiu, nessa semana, rever a retomada do programa, mas agora para uma quantidade menor de pessoas, excluindo ainda os que recebem benefícios pela Bolsa Família. O governo quer esfolar o povo e ao mesmo tempo conter a iminente revolta.

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