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Manobra frente amplista em POA

Esquerda pequeno-burguesa faz manobras contra o PCO em Porto Alegre

Manobra da esquerda frente amplista em Porto Alegre é mais uma expressão da política de ataque à candidatura de Lula e de apoio à candidatura do fascista BolsoDoria para 2022.

O ato pelo Fora Bolsonaro de 7 de setembro em Porto Alegre contou com aproximadamente 1.000 pessoas, entre militantes de partidos de esquerda, centrais sindicais, notadamente a CUT, de movimentos sociais como MST e MNLM e de jovens e trabalhadores. Nesta oportunidade o ato foi organizado por representantes da frente Fora Bolsonaro junto com as organizações religiosas que tradicionalmente organizam o Grito dos Excluídos no 7 de setembro.

Os atos Fora Bolsonaro em Porto Alegre já chegaram a reunir 70 mil pessoas na rua. A baixa adesão ao ato de 7 de setembro expressa uma tendência já manifestada no ato do dia 18 de agosto passado em Porto Alegre. Naquele ato, setores da esquerda frente amplista resolveram sabotar abertamente o movimento indo à imprensa burguesa anunciar a data do 7 de setembro para o próximo ato, o que contrariava deliberação da coordenação do movimento.

Contrariamente ao que se poderia supor, mas de acordo com o que já havia previsto o PCO sobre a tendência deste setor da esquerda pequeno burguesa para o movimento popular Fora Bolsonaro, a convocação para o ato do 7 de setembro foi muito fraca, assim como para o ato de 18 de agosto. Mais grave que isso, a convocação pela CUT e pelo PT, que são os setores com maior representatividade popular dentro do movimento, acabou cedendo a esta tendência de enfraquecimento dos atos e a convocação para os mesmos esteve muito aquém da capacidade de mobilização destas organizações. Pretextos como o “mau tempo” acabaram enfraquecendo ainda mais o ato, uma vez que o movimento Fora Bolsonaro acabou cedendo à pressão das organizações religiosas para transferir o ato para debaixo do Viaduto do Brooklin

O acontecimento mais grave e que reflete de forma muito contundente a influência da direita “terceira via” sobre setores da esquerda pequeno burguesa, foi o que acabou dividindo a manifestação ao final do ato.

Por conta da chuva, a coordenação do movimento se reuniu no meio do ato para deliberar sobre a marcha após o Grito dos Excluídos. Argumentando que os trabalhadores que tinham vindo de bairros ou cidades afastadas não estariam dispostos a caminhar sob a chuva, a CUT e o PT se colocaram contrariamente à caminhada.

Na reunião, a decisão de cancelar a marcha venceu pela maioria. O PCO não participou da reunião. Se tivesse participado, teria defendido a manutenção da caminhada. Entretanto, mesmo tendo a sua posição derrotada, teria acatado a decisão majoritária da coordenação da frente na reunião. O que se seguiu demonstra, entretanto, a disposição de romper com a unidade da frente de esquerda, não no sentido da radicalização da manifestação, como reivindicam os autores desta ruptura, mas para desmoralizar a coordenação do PT e da CUT.

Embora o PCO tenha divergências com o PT e com a CUT em relação à falta de firmeza na defesa da ampliação das mobilizações para os setores mais populares, ao fraquíssimo esforço de convocação por estas organizações e por ceder às pressões dos setores mais pequeno burgueses e frente amplistas da coordenação, é preciso mais uma vez denunciar a que veio esta ruptura com a unidade na coordenação do ato.

Na preparação para a marcha, o Comitê Lula Livre, que decidiu aderir à marcha, abriu sua faixa em defesa da candidatura de Lula à frente da concentração para a caminhada. Em algum momento, militantes do PCB se aproximaram de uma das militantes do Comitê Lula Livre e iniciaram uma discussão. O resultado foi que a faixa da “frente” Povo na Rua abriu a marcha e a faixa em defesa da candidatura do Lula foi relegada ao final da caminhada.

Esta frente Povo na Rua não tem representatividade alguma. Foi forjada logo após os gigantescos atos da esquerda no 29 de maio – que representaram uma grande ameaça para os planos da burguesia -, para reivindicar para si de maneira autoritária a liderança da mobilização da esquerda, realizou “plenárias” com práticas de disputa eleitoral de DCE, em que cerceava e censurava as falas de setores contrários à Frente Ampla e favoráveis à candidatura do Lula.

Não por acaso, os elegidos para intervenção nestas “plenárias” pertenciam aos mesmos setores que defendiam com unhas e dentes a política burguesa do “fique em casa” até às vésperas do ato do dia 29 de maio. Neste episódio se identificam dois fatos graves: o primeiro, como se viu, foi a manobra oportunista de quebra da unidade da frente para desmoralização da coordenação do PT e da CUT no movimento, setores que defendem a candidatura do ex-presidente Lula; o segundo foi a capitulação do PT e da CUT que abriram espaço para que os setores mais reacionários e oportunistas figurassem falsamente como os mais combativos, “vanguardistas” e lideranças do movimento.

É preciso ter clareza de que o repúdio à defesa da candidatura do Lula nada mais é que a defesa por estes setores da esquerda pequeno burguesa do candidato burguês da frente ampla, provavelmente o fascista BolsoDoria.

A política por trás deste boicote se revela através da adesão da esquerda frente amplista ao ato “Nem Lula, nem Bolsonaro” organizado pela direita golpista “terceira via” do MBL. O anúncio da participação do PSOL e do PC do B veio através de lideranças parlamentares destes partidos como Isa Penna (deputada estadual em São Paulo pelo PSOL) e Orlando Silva (deputado federal pelo PC do B de São Paulo), uma maneira dissimulada das direções destes partidos de aderirem aos atos da direita, tentando minimizar o desgaste e a desmoralização desta política junto às suas bases, dentro das quais este golpismo não é amplamente aceito.

Este setor frente amplista da esquerda desempenha assim um duplo papel golpista: por um lado, a adesão aos atos do MBL fazem destas direções cabos eleitorais da terceira via da burguesia, cujo candidato mais provável é o fascista e golpista BolsoDoria, no intuito de atrair sua base eleitoral para a direita; por outro lado, no boicote aos atos populares da esquerda, notadamente no boicote aos setores lulistas dentro do movimento, esta esquerda tenta enfraquecer e desmoralizar o apoio ao Lula, e atrair mais setores confusos da esquerda para a terceira via.

É esta política que motiva a campanha de calúnias organizada por militantes do PC do B em Curitiba, como já denunciado no Diário da Causa Operária. Esta campanha de calúnias só comprova o papel fundamental que desempenha o PCO na exposição e como entrave a esta política quinta coluna da burguesia executada pela esquerda frente amplista.

O que este setor da esquerda golpista ainda não entendeu ou não quer entender é que esta política não levará à derrota o movimento popular pelo Fora Bolsonaro e à maior miséria a população brasileira “apenas”, mas também conduzirá à desmoralização completa e aniquilação estes mesmos partidos que traem até mesmo os débeis aspectos populares de seus programas.

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