A categoria de professores da Rede Municipal de Ensino de Boa Vista, na Paraíba, entrou em greve no dia 1 de março, depois de o governo municipal convocar o retorno as aulas presenciais no momento mais grave da pandemia do Coronavírus.
No dia do início das aulas planejado pela administração pública, a Associação dos Professores da Educação do Município chamou uma manifestação e decidiu conjuntamente com os professores a continuidade da suspensão das aulas. Até o momento aponta-se que 32% da categoria esteja na greve.
Os professores têm uma pauta de reivindicações, na qual estão inclusos a implementação de PCCR, prestação de contas anual dos repasses do Fundeb; programa de flexibilização com estruturação remota, determinando a quantidade de aulas de forma remota e presencial; fornecimento de equipamentos de proteção individual e pagamento do 13º salário.
Todas as exigências são questões muito básicas em relação as necessidades salariais e de segurança sanitária. A secretaria da educação respondeu que em grande medida atendeu a parte das reivindicações, mas os professores que permaneceram o último ano trabalhando remotamente sabem que o ensino a distância como foi oferecido é pura enganação. As escolas estão em estado deplorável, com suas estruturas físicas comprometidas pelo abandono e falta de manutenção. E a conta da crise econômica devido a pandemia está sendo jogada nas costas de todos os trabalhadores brasileiros.
Nada do que afirmam ter sido feito para segurança das comunidades escolares é verdade.
Estamos no momento de agravamento da contaminação e os governos por todo o país não apresentam movimentação de mexer uma palha para diminuir a crise, toda a política esta voltada para retirar todas as forças dos trabalhadores para manter o lucro dos capitalistas e banqueiros.
Nesse sentido a deflagração da greve foi um movimento acertado dos professores de Boa Vista, inclusive sendo a única saída para derrotar a política de morte levada a cabo no Brasil.
Para que as greves saiam vitoriosas, elas precisam sair do isolamento em que se encontram. É preciso que se unifique a luta de todos os trabalhadores da educação em uma greve nacional contra o genocídio orquestrado pelos governos nas escolas. A exemplo dos profissionais da educação do Estado de São Paulo, das redes estadual e municipal, que se encontram em greve há quase um mês e fazendo a denúncia dos mais de 3.000 casos de contaminação nas escolas por toda a parte, por meio de passeatas, colagens, panfletagens, vídeos e todos os meios disponíveis.
A campanha nacional contra a volta as aulas presenciais deve se unificar imediatamente sobre a exigência de voltas às aulas somente com vacina para toda a população e com o fim da pandemia.