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Armar o povo imediatamente

Políciais e capangas atacam trabalhadores da terra

Chacina de familiares do Acampamento Ademar Ferreira revelam investida do Governo de Rondônia e do Federal para ampliar a grilagem de terras e fortalecer guerra aos camponeses

O Estado de Rondônia, com apoio do Governo Federal, põe em marcha uma operação assassina para impulsionar a grilagem de terras. No dia 13 de agosto, membros das famílias do Acampamento Ademar Ferreira foram torturados e assassinados por uma operação organizada pela Força Nacional e pela PM local.

A denúncia revela o terror contra os camponeses e as lideranças sindicalistas do movimento do campo e da luta pela terra no estado. Entretanto, não se trata de uma novidade. Ela se soma a centenas de casos e aponta para uma verdadeira guerra contra aqueles que lutam pela terra. 

Nos últimos 12 meses, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) e a Associação Brasileira dos Advogados do Povo (ABRAPO), diferente da imprensa, estão denunciando o que ocorre no estado. Além disso, em todo o País, lideranças camponesas são assassinadas sistematicamente pela polícia e pelos capangas do latifúndio.

O Acampamento Ademar Ferreira é composto por famílias camponesas expulsas de diversos espaços sociais, que em conjunto com o movimento social de luta pela terra lutam diariamente para sobreviver. São camponeses pobres que lutam para conseguir alguma terra para subsistir, mas são ameaçados e atacados constantemente pelos latifundiários.

Essas famílias ocuparam a Fazenda Santa Carmen, localizada no Distrito de Nova Mutum, cidade de Porto Velho/RO, em abril de 2021, reivindicando o atendimento às suas necessidades para o INCRA e a Reforma Agrária como solução para o problema da terra. A Fazenda ocupada fica ao lado das fazendas Norbrasil e Arco-Íris, onde está instalado o Acampamento Tiago dos Santos, palco de grandes violações de direitos humanos ocorrido em outubro de 2020.

Para conferir, segue o dossiê divulgado pela ABRAPO sobre as violências brutais contra o Acampamento vizinho a Fazenda Santa Carmen.

http://abrapo.org/2020/10/26/rondonia–violacoes–eviolencias–contra-o-acampamento–tiago/.

As famílias do Acampamento Ademar Ferreira sofrem desde sempre ameaças dos pistoleiros contratados pelos latifundiários e pela política. No dia 13 de agosto deste ano, todas as ameaças foram concretizadas. 

O Acampamento foi alvo de uma Operação Policial, planejada e executada pela Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e pela Coordenadoria de Planejamento Operacional da Polícia Militar de Rondônia, composta pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e pelo Batalhão de Polícia de Choque (BPCHOQUE), que resultou em três camponeses assassinados, destruição de casas, queima de motos, destruição de ferramentas de trabalho e alimentos, assim como perseguições e prisões a diversas famílias que tiveram que se abrigar na mata.

Às 7 horas da manhã do dia 13 de agosto, começou a operação. Um jovem foi abordado por policiais que estavam agachados e deitados no chão, em meio à mata. Ele foi espancado e torturado para fornecer informações sobre o acampamento e suas lideranças. Na sequência, foi levado a uma delegacia para assinar um Termo Circunstanciado e ser liberado em Porto Velho/RO. 

Ainda de manhã, como relatam as famílias, o senhor Amarildo Aparecido Rodrigues e seu filho, o jovem Amaral José Stoco Rodrigues, foram alvejados com tiros efetuados por policiais armados com fuzis, enquanto trabalhavam na preparação da terra. Amarildo foi executado e morto com ao menos dois tiros nas costas, enquanto que seu filho fora atingido por vários disparos no peito. 

Os policiais do BOPE não estavam de patrulha com suas viaturas. Eles entraram a pé pela mata, com roupas verdes camufladas, capuzes camuflados, agachados e rastejando com seus fuzis nas mãos. “Entraram para matar!”, denunciam os familiares. 

Além disso, prenderam uma família inteira, incluindo duas crianças, uma de um ano e outra de oito (com deficiência física e mental). Este mesmo operativo do BOPE, a poucos metros dali, executou o jovem Kevin Fernando Holanda de Souza, que passava de moto, viu os policiais, se assustou e, ao tentar correr, foi alvejado com mais de 30 tiros de fuzil pelas costas, levando-o a óbito no mesmo instante.

Um outro camponês foi detido junto com sua esposa enquanto estavam no banco de seu veículo, um Fiat Strada. Ao ser avistado pelos policiais, o carro foi alvejado várias vezes no para-brisa dianteiro, também com disparos de fuzis realizados pelo BOPE. Os projéteis passaram entre a cabeça deste trabalhador e de sua esposa. As marcas de queimaduras e estilhaços ficaram em seus ombros, por pouco não foram assassinados também.

Para garantir o terror contra as famílias, atiraram com fuzis em solo e pelo helicóptero do NOA – Núcleo de Operações Aéreas da Polícia Militar de Rondônia que, em baixa altitude, disparava contra o povo que corria para se abrigar na mata. Um idoso também foi detido após correr para o mato para não ser atingido pelos disparos.

As narrativas colhidas pela ABRAPO são unânimes em apontar que a polícia chegou atirando numa clara confirmação de que exterminar os camponeses era a missão da Operação Militar. Os camponeses não tiveram nenhuma chance de reagir.

Isso foi arquitetado diretamente pelo Estado, que tem se colocado ao lado dos latifundiários e com o apoio incondicional do Governo Federal, o mesmo que colocou à disposição de Rondônia a Força Nacional. Essa, até o presente momento, só efetuou ataques violentos aos camponeses e nada contribuiu para a diminuição da pobreza ou da violência no campo, como prometia a campanha da “Paz no Campo”, que na verdade pode ser traduzida como “Guerra aos Camponeses”.

Todos estão comprometidos com o latifúndio. Tratam-se do braço armado do estado, com uma aparelhagem de guerra, para aterrorizar e assassinar a população pobre. Não existe nenhum receio por parte deles para matar camponeses e toda classe trabalhadora.

Para combater essa investida fascista, a população deve andar armada. É um direito fundamental para garantir sua sobrevivência. Para a classe média, e a esquerda pequeno burguesa por consequência, parece um absurdo, mas para os camponeses de Rondônia, é uma questão de vida ou morte.

Lá, se o capanga do latifundiário for pego armado não acontece nada, mas se o camponês aparece armado, ele preso ou mesmo é capaz de ser assassinado. Defender o armamento do povo, contra as milícias fascistas tanto do campo como da cidade, é uma pauta fundamental da esquerda e da classe trabalhadora.

O exemplo do Talibã – num país que é ainda mais atrasado e agrário que o Brasil -, que expulsou o imperialismo do Afeganistão em verdadeira revolta armada da população, deve ser seguido por todos os povos oprimidos.

Pelo armamento dos trabalhadores da cidade e do campo!

Pelo fim da polícia assassina!

Por uma reforma e revolução agrária, Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

 

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