Um agente da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP) rasgou cartaz da torcedora corintiana Ester, de 9 anos. Essa execução draconiana da legislação atual contra os torcedores, que restringe a entrada de objetos como papel, garrafas, fogos de artifício, armas de fogo ou branca em estádios de futebol, ocorreu no domingo dia 5 de dezembro, na partida entre Corinthians e Grêmio, na Neo Química Arena.
As imagens mostram a criança Ester e sua mãe, Priscila de Paula, tentando entrar pelo portão de acesso ao setor norte, onde são informadas da proibição de papel no estádio. Mãe e filha passam pelo primeiro bloqueio sendo paradas no segundo cordão composto por policiais femininas.
Nesse momento uma policial feminina retira o cartaz das mãos da mãe e o deposita numa lixeira. Compadecida do choro de Ester uma terceira mulher retirar o cartaz da lixeira e tenta ultrapassar o bloqueio acompanhando Ester e portando o cartaz, desta vez ser parada a torcedora deixar caiu o cartaz, este é apanhado por um membro feminino da PM, que rasga o objeto para depois depositar na mesma lixeira de onde foi resgatado.
O cartaz de cartolina preta tinha os seguintes dizeres “Cássio seja meu Papai Noel, me dá sua luva e camisa Ass : Sua fã Ester”, uma manifestação totalmente inofensiva. Nesta mesma partida era visível a posse de sinalizadores nas arquibancadas e vários objetos de papelão simulando caixões sobre a tentativa do clube gaúcho de permanência na Série A do Campeonato Brasileiro, o que demonstra a total covardia da PM ─ deveria permitir que tanto uns como outros entrem com o que quiserem, inclusive com bandeiras de mastro.
A PM-SP divulgou uma nota, argumentando estar agindo conforme a lei, criticando ainda a exposição da criança:
A Polícia Militar lamenta que a jovem Ester tenha sido exposta dessa forma pelas suas responsáveis e esclarece que muitas das ações da Instituição podem ser encaradas como antipáticas, ou mesmo insensíveis, contudo, visam resguardar a segurança de todas as pessoas presentes nos locais de evento. A Instituição deixa claro que mantém as portas de seus quarteis abertas para que a sociedade possa conhecer seu trabalho e suas diversas missões na segurança pública
Esse, entretanto não era o entendimento da mãe da criança: “Eles não lamentam o fato de uma criança não conseguir homenagear o próprio ídolo. Na segunda vez ela (policial mulher) rasga, ela pegou o cartaz da minha mão e jogou no lixo, ela joga na segunda vez”, relatou Priscila de Paula ao UOL Esporte.
A agressão repercute nas redes sociais desdo o domingo, chegando até o goleiro Cássio, que convidou mãe e filha para acompanharem um treino no Centro de Treinamento Joaquim Grava. Atendendo o desejo, ele a presenteou com um par de luvas e uma camisa do Corinthians. Os torcedores têm que mobilizar-se contra a política dos grandes capitalistas que investem no futebol, de expulsar a classe trabalhadora dos campos para consolidar o futebol apenas como um negócio.