Neste sábado, 08/05, ocorreu um ato na avenida Paulista, em São Paulo, convocado por uma série de organizações do movimento negro. A manifestação teve a finalidade de denunciar a chacina do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, onde, oficialmente, quase 30 pessoas foram executadas pela Polícia Civil, e o Coletivo de Negros João Cândido, do Partido da Causa Operária, esteve presente com seus panfletos, bandeiras partidárias, e a faixa pedindo pelo fim da Polícia Militar.
É de se destacar, inicialmente, que o ato ocorreu como resultado direto da pressão do próprio PCO e os comitês de luta para que fosse abandonada, pela esquerda, a política do “fica em casa”, o que tinha resultado em um grande ato público de 1º de Maio, na Praça da Sé, e na convocação de um outro grande ato nacional a ser realizado no próximo dia 03 de julho, em defesa do auxílio emergencial de um salário mínimo, vacinação em massa, etc.
O ato também foi resultado das manifestações no próprio Rio de Janeiro, que inclusive foram convocadas pelo Partido da Causa Operária, através do companheiro Henrique Simonard, integrante da juventude partidária, a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).
Durante as várias intervenções realizadas do chão, foi destacado o papel repressor da Polícia Militar e das demais polícias que, juntas, formam um verdadeiro exército de guerra contra a população. A questão do fim da Polícia Militar foi levantada diversas vezes por várias organizações. É de se destacar a intervenção da companheira Dona Zilda, do grupo Mães de Osasco, que relatou seu sofrimento, ao perder seu filho na Chacina de Osasco, acontecida em final de 2019, e a falta de punição pelo Estado, que não quer julgar os policiais envolvidos, na verdade, está absolvendo, aos poucos, todos os envolvidos. Falou, ainda, que sofre perseguição que está sofrendo por conta do seu ativismo na questão.
O companheiro do Partido da Causa Operária, coordenador do Coletivo de Negros João Cândido, Juliano Lopes, destacou que a chacina foi cometida pela Polícia Civil, e que isso demonstrava que era preciso acabar não só com a PM, mas com todas as forças repressivas do Estado. Disse, ainda, que o povo tem o direito de reagir à altura aos ataques do regime burguês, com violência, se necessário for. Falou, ainda, da importância de ir para as ruas manifestar, pois é a única linguagem que a direita entende: a força do povo organizado. A política do “fica em casa” é responsável pelo número gigantesco de mortos pelo coronavírus.
O ato, que contou com centenas de pessoas, fechou uma das pistas da Paulista, seguiu em marcha pela avenida, até a praça do Ciclista. Antes do final, dois jovens foram espancados e presos pela polícia, que os levou até a delegacia responsável. Ação que apenas comprovou a necessidade de lutar pelo fim da PM, fim dos aparatos repressivos do Estado e a necessidade da autodefesa e armamento do povo.
O que aconteceu no Jacarezinho só se deu pelo fato do povo estar desarmado para reagir contra a polícia. Nesse sentido, é preciso lutar pelo direito ao armamento pleno do povo, para que chacinas como a de Jacarezinho não se repitam.
Confira neste link a intervenção do companheiro Juliano Lopes durante a manifestação.