O deputado federal Orlando Silva, do PCdoB, e a deputada estadual Isa Penna, do PSOL, confirmaram presença no ato do MBL e do PSDB do dia 12 de setembro. Ainda não há confirmações se mais membros desses partidos irão participar do comício de Doria. Isa Penna afirmou que vai tentar convencer seus colegas de partido a participarem.
Cada dirigente ou organização de esquerda que confirmar a participação nesse ato tem a desmoralização garantida diante de sua base. No dia em que publicamos este editorial, dia 10, ainda teremos dois dias para que outros nomes da esquerda confirmem ou não a presença.
Antes de mais nada é preciso dizer que não se trata apenas de não participar. A esquerda deveria estar denunciando o ato do dia 12 como um ato golpista, contra o povo e os trabalhadores; um ato cujo objetivo é fazer a campanha eleitoral da terceira via. Não é o que tem feito parte da esquerda, que insiste em jogar ao ar palavras vazias de conteúdo em prol da “unidade com todos”, ou seja, com a direita.
Essa política do PSOL e do PCdoB está relacionada com a política que esses partidos vêm levando desde o início das mobilizações. Esses são os principais defensores, dentro da esquerda, da frente ampla, ou seja, da aliança da esquerda com a direita. Agora, podemos chamá-los também de “esquerda terceira via”.
Por esse motivo se inclinam a participar do ato golpista do PSDB e do MBL ou se calam sobre seu caráter golpista. Por isso, também, dirigentes desses partidos sabotam as mobilizações. Foram eles os principais defensores da participação do PSDB nos atos da esquerda.
No dia 7, alguns integrantes desses partidos chegaram a defender que não houvesse ato da esquerda. Usando como desculpa de que queriam evitar o confronto com os bolsonaristas, na realidade seu principal objetivo era preparar a adesão da esquerda ao ato do dia 12.
Por isso, os atos da esquerda do dia 7 não tiveram o peso que poderiam ter. Dentro do movimento há setores que estão costurando seu apoio – direto ou indireto – à terceira via. Para colocar em marcha essa política, eles sabotam a mobilização da esquerda, prevendo que, assim, irão conseguir colocar a mobilização a reboque da direita golpista tucana. Aquela que eles chamaram de “civilizada” para esconder o fato de que é tão inimiga do povo quanto Bolsonaro.
