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Crise no imperialismo

Paris se revolta contra lei repressiva de Macron, o Biden francês

Lei de segurança faz parte da reforma policial, que tem como objetivo aumentar o poder de repressão do Estado burguês para impor o programa neoliberal

Neste sábado (30), ocorreram manifestações por toda a França contra a lei de segurança, do presidente neoliberal, Emmanuel Macron. Os protestos ocorreram em Paris, Lyon, Lille, Nantes, Rennes, Estrasburgo, Montpellier, Toulon e Nice, onde a população denuncia a lei, que permite a punição para a divulgação de imagens que possam “prejudicar” membros da Polícia. Ou seja, na “democracia” do imperialismo francês, a Polícia pobre reprimir, mas o povo não pode denunciar.

Neste momento a França está sob um toque de recolher imposto pelo governo federal de Macron. No sábado, uma hora antes para o prazo de bloqueio das ruas, as forças do aparato de repressão reprimiram a população para dispersá-la, mas muitos manifestantes permaneceram e reagiram à violência policial atirando garrafas e objetos contra os policiais.

O País vive um aumento da polarização, principalmente desde que Macron assumiu o governo e passou a aplicar o programa neoliberal, lançando um ataque gigantesco contra as condições de vida da população. Desde que tomou posse, Macron tentou aprovar a reforma da previdência (o que significaria um enorme roubo dos franceses, que resultaria na destruição da previdência pública). Aumento de impostos, como o dos combustíveis e cortou direitos.

Eleito por uma disputa bastante apertada contra a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, Macron, o candidato principal do imperialismo francês, teve que utilizar de uma enorme repressão contra a população para poder levar adiante seu programa.

Desde então os franceses têm se enfrentado constantemente contra o governo, protagonizando grandes manifestações, como o fenômeno dos coletes amarelos, que ocuparam as ruas em 2018 e se mantiveram durante 2019, fazendo atos todos os sábados contra os ataques do governo. Essa constante mobilização posteriormente seria a base para a greve geral que impediu Macron de destruir a previdência pública da população.

Derrotado pela mobilização dos coletes amarelos e a greve geral e com a enorme repressão entrando em crise, Macron lançou uma nova ofensiva: reformar o aparato de segurança para ser mais efetivo na repressão. A lei de segurança é a expressão maior desta tentativa de mudar as leis para aumentar o poder de repressão do Estado burguês.

É muito semelhante ao que está ocorrendo nos EUA com a tentativa de Biden com a lei de combate ao “terrorismo doméstico”, em que tudo se transformará em pretexto para o Estado prender algum cidadão. Diante da dificuldade de aplicar um programa muito impopular, é preciso mudar as regras para ser possível empregar mais violência.

A ameaça da extrema direita

É muito semelhante ao que tem ocorrido nos EUA. Macron é um Biden francês, a diferença é que ele enfrentou um movimento popular ainda maior do que o protagonizado pela extrema direita, dos apoiadores de Trump, nos EUA.

A extrema direita, através da candidatura de Le Pen – que é filha de um conhecido elemento da extrema direita, ligado ao nazismo – ficou em 3ª colocada nas eleições de 2012 e 2ª nas de 2017. A medida que o imperialismo francês se aprofunda mais na crise, como ocorrido na pandemia, a extrema direita aprece como uma opositora do regime neoliberal.

A França, como os EUA, também viu o crescimento da extrema direita, que por pouco não tomou o poder. Apesar de ter perdido o 2º turno para Macron por 66,1 vs 33,9 dos votos, Le Pen teve 21,3% dos votos no 1º turno, contra 24% de Macron. Ou seja, mesmo com com os setores fundamentais do imperialismo francês, que dominam o aparelho estatal, apoiando Macron, a extrema direita teve quase a mesma votação no 1º turno. Vale destacar que esta diferença só aumentou no 2º turno devido à uma enorme chantagem da burguesia para que todos os demais setores que não eram de extrema direita apoiassem Macron, como foi o caso da esquerda francesa.

Desta vez, a um ano das eleições de 2022, ela aparece novamente empatada contra o atual presidente. Segundo pesquisa da Harris Interactive, Macron tem 52% das intenções contra 48% de Le Pen. Portanto, enquanto a esquerda vai a reboque do imperialismo, a extrema direita cresce colocando-se como oposição ao regime.

Na metade do ano passado, outra pesquisa dava 55% para Macron e 45 para Le Pen, uma diferença de 10 pontos. Em comparação a última pesquisa, a diferença tem caído cada vez mais, expressando a tendência de ascensão da extrema direita.

Para evitar que a extrema direita ocupe o espaço de opositora do regime, quando na verdade ela nem é, a esquerda precisa intervir com uma fisionomia própria. É preciso apoiar os protestos contra o aumento da repressão policial, expressa na lei de Macron, bem como contra o lockdown, que procura resolver o problema da pandemia através da repressão contra o povo. Pois, enquanto a esquerda não atuar diretamente com uma política aos trabalhadores, mas apenas indicar que se apoie o “mal menor”, a extrema direita crescerá em todos os países, como tem se verificado na Alemanha, na Inglaterra, na Espanha, em Portugal, etc.

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