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PCO

O Partido da base

O apoio quase que unânime das bases de esquerda e das massas à expulsão do PSDB da manifestação é o reflexo do reconhecimento do partido que leva a sério a vontade popular

Os acontecimentos do último sábado (3) no ato de rua pelo Fora Bolsonaro tomaram o centro da discussão política. Isto porque a direita tentou se infiltrar e sabotar a mobilização contra a esquerda querendo repetir o que aconteceu em 2013. Diferente de 2013, a direita não teve chances de destruir a mobilização porque foi prontamente expulsa do ato pelos manifestantes de esquerda, dentre eles militantes do PCO. A expulsão se deu com elementos direitistas sendo xingados, hostilizados e colocados para correr das ruas pelo povo (ou voar no caso dos tucanos).

A iniciativa, como não poderia ser diferente, teve amplo apoio das massas trabalhadoras, jovens e mulheres que veem na direita os seus maiores inimigos, sendo os principais interessados em escorraçar os golpistas dos movimentos populares. Por outro lado, a maioria das direções atrasadas da esquerda não consegue acompanhar as tendências revolucionárias das suas próprias bases e vão no sentido contrário desta tendência, o que deu lugar a uma lamentável defesa destas direções à direita e ao PSDB.

E não é a primeira vez que as direções da esquerda ficam para trás em relação às bases. Ao menos no que se refere aos últimos anos, sobretudo no período a partir do golpe de 2016 e o aumento da polarização política dos trabalhadores contra a burguesia, as direções têm adotado posturas que vão no sentido contrário da vontade popular, posturas que ameaçam inclusive a vitória do próprio movimento dos trabalhadores.

Demorou muito, por exemplo, para as direções confusas entenderem e reagirem ao golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff. Enquanto as bases iam para as ruas contra os golpistas, muitos partidos de esquerda inclusive apoiaram a direitista Lava-Jato contra o PT, a exemplo do PSTU, que foi liquidado politicamente desde então. Logo depois, os trabalhadores se revoltavam contra a prisão do ex-presidente Lula enquanto as organizações, até mesmo do PT, eram no mínimo tímidas quanto à mobilização em defesa de Lula, sendo que outros partidos como o PSOL atacavam diretamente o ex-presidente com o ” Lula livre não unifica”, nas palavras de Marcelo Freixo, hoje no PSB.

Não é por acaso que desde o golpe de 2016 o PCO tem se destacado como vanguarda da esquerda; o PCO denunciou o golpe antes de ele acontecer, mobilizou contra a direita golpista, chamou e levou as pessoas às ruas contra a manobra enquanto a maioria das direção se recusava a ouvir e respeitar a vontade popular. O PCO, como todos sabem, fez mais pela liberdade de Lula do que muitos dirigentes e parlamentares petistas. Foi no PCO que as bases do PT encontrou apoio real para a campanha: foram vários atos realizados pelo PCO em Curitiba onde Lula foi preso, e muitas vezes tendo que enfrentar sabotagens dentro das própria direções da esquerda. Foi a pressão popular operada pelos comitês de luta, pelas bases trabalhadoras e pelo PCO que permitiu desmascarar e acabar com as manobras direita contra Lula naquele momento.

Ainda com Lula preso as eleições presidenciais de 2018 também ocorreram com uma série de embates entre base e direção da esquerda, enquanto o povo exigia a candidatura de Lula, mesmo preso pela direita para que não concorresse e fosse eleito pela vontade popular, o a direção do PT, seguindo não suas bases, mas o jogo político de sua ala direita e parlamentar, rifou Lula e saiu com Fernando Haddad como candidato à presidência, obedecendo às mais absurdas restrições impostas pela Justiça eleitoral golpista como a proibição de falar do Lula durante a campanha.

A burguesia então encontrou o espaço necessário para levar ao poder um governo de extrema-direita fascista apoiado por toda a direita tradicional, que agora se diz “antibolsonarista” por questões puramente eleitorais e não por discordâncias políticas quanto aos ataques ao povo que é massacrado tanto por Bolsonaro quanto pelo PSBD, DEM, etc. Já no segundo turno das eleições de 2018 o PCO ia às ruas pelo Fora Bolsonaro.

O Fora Bolsonaro também foi um outro ponto de inflexão entre as direções e as massas. Enquanto a população em geral aderia ao Fora Bolsonaro já no final de 2018 e início de 2019, como ficou bastante evidente por exemplo no carnaval de 2019, quando o PCO distribuiu massivamente milhares de adesivos e cartazes com a palavra de ordem que era amplamente aceita pelo povo em todos os lugares, as direções se colocavam contra o Fora Bolsonaro. Foi quase um ano rejeitando o Fora Bolsonaro como palavra de ordem oficial, o que só foi quebrado pela insistência das mobilizações e comitês de luta que consolidaram o Fora Bolsonaro contra a vontade das direções.

Não muito depois veio a pandemia e as direções da esquerda, em um dos momentos mais dramáticos para a classe operária, conseguiu novamente adotar políticas extremamente impopulares. A crise econômica se intensificou e a burguesia intensificou também os ataques à população: foram direitos trabalhistas retirados, salários reduzidos, demissões e nada sendo feito para conter o vírus, nenhum hospital construído, nenhuma testagem em massa, nada, apenas ataques ao povo.

Um dos principais ataques foi o “fique em casa”, campanha direitista e impopular propagada pela imprensa burguesa para reprimir a população e prontamente adotada pelas direções de esquerda confusas e cada vez mais distantes da realidade dos trabalhadores que continuavam sendo obrigados a trabalhar todos os dias expostos ao vírus e morrendo enquanto eram reprimidos por se manifestarem, ou saírem de casa se não fosse para trabalhar e sustentar a burguesia e pequena-burguesia que escondida em casa histericamente xingava o povo que saia às ruas.

A adesão ao “fique em casa” transformou setores pequeno-burgueses da esquerda em verdadeiros transmissores da política da direita contra o povo, o maior desastre talvez tenha sido a total paralisia em que a esquerda se colocou durante mais de um ano de pandemia por pura histeria da propaganda burguesa e falta de senso de realidade. Além de esvaziarem as ruas em um momento de intenso ataque contra os trabalhadores, colocando-se contras as manifestações e atos de rua pelo Fora Bolsonaro e contra o massacre da pandemia, que já não queriam fazer mesmo antes do vírus, chegou-se ao absurdo de sindicatos fecharem as portas e se recusarem a funcionar na pandemia, enquanto os trabalhadores da sua categoria estavam trabalhando e morrendo, como foi o caso dos Correios.

O PCO denunciou os ataques da direita e a paralisia das direções da esquerda que estavam deixando o caminho livre para um gigantesco massacre que hoje se materializa em mais 500 mil mortos pelo Covid no país; desde o inicio da pandemia e dos ataques o PCO chamou o povo a se mobilizar, a sair às ruas contra a direita e contra o massacre, para exigir auxílio emergencial não de R$600, mas de ao menos um salário mínimo, testagem em massa da população, redução da jornada de trabalho, construção de hospitais e leitos, etc. 

Nas eleições municipais de 2020 as direções entraram no jogo político da burguesia e aderiram ao show de horrores contra o povo e dava passos fundamentais no sentido de forçar uma “frente ampla” da esquerda com a direita inimiga do povo, outra política totalmente contrária aos interesses do povo, o que levou a um verdadeiro desastre da esquerda, que foi varrida pela direita ao colocar todas as suas fixas nas eleições controladas pela burguesia e deixar de lado a mobilização popular.

Não fosse o PCO e sua política correta – que não é correta por questões de impressão ou interesses individuais, mas sim porque é a política que escuta e dá vazão à vontade e às necessidades da classe operária dentro da luta de classes, e não uma política que se pauta pela pressão e desespero propagado pela burguesia – o 1º de maio, dia de luta dos trabalhadores de 2021 teria se limitado à vergonhosa live da esquerda com os elementos da direita, que incluiu até mesmo FHC, um dos maiores bandidos políticos da direita contra o povo.

O PCO organizou mesmo contra a vontade das direções de esquerda um ato dos trabalhadores, de verdade, em São Paulo, sem a direita, e que levou mais de 2 mil pessoas à rua, sendo o ato que forçou a esquerda a abandonar a paralisia e convocar novos atos de rua que têm acontecido nas últimas semanas e que contam com uma nova confusão política da esquerda que tenta se aliar à direita, supostamente contra Bolsonaro, mas totalmente em desacordo com a vontade das massas que quer derrubar a direita.

Mesmo com todos os episódios desde o golpe em que as direções da esquerda ao invés de se colocarem à frente do movimento e impulsionar as tendências revolucionárias no interior da classe trabalhadora, esteve atrás da consciência das massas. Mesmo com todos os erros evidentes cometidos ao não ouvir a vontade e às tendências populares de mobilização, as direções da esquerda continuam se colocando contra as bases e ficando cada vez mais para trás, se tornando cada vez mais obsoleta e distante da realidade dos trabalhadores dentro da luta de classes.

Este afastamento das bases e a aproximação com o regime golpista leva as direções, por não entenderem o movimento do povo, a não confiar no poder da mobilização popular e tentar buscar alternativas impopulares, acordos com a direita, enquanto deixa de lado a importância do fortalecimento da mobilização. Enquanto não ouve a vontade dos trabalhadores, tenta impor ao povo as medidas impopulares como se a população trabalhadora não tivesse capacidade de fazer suas próprias escolhas e as fazendo elas seriam “erradas”, isto porque as próprias direções não confiam na mobilização, não acreditam que é o povo que será capaz de mudar a situação, mas sim instituições e nas soluções burocráticas.

O incessante trabalho do Partido da Causa Operária de mostrar e aplicar a política correta para os trabalhadores, tanto na sua imprensa, na sua atividade teórica e prática junto às bases populares, tem sido crucial no sentido de fazer evoluir a consciência da classe trabalhadora. O apoio quase que unânime das bases de esquerda e das massas à expulsão do PSDB da manifestação do último ato não foi algo pontual ou despropositado, é o reflexo do reconhecimento do PCO como um partido que leva a sério a vontade popular e que tem estado lado a lado com povo e elevando a consciência operária quando deixa claro que é nela que se apoia e é apenas nos trabalhadores e na sua organização que o povo deve confiar, e não em meios escusos que só servem para confundir as massas.

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