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Armamento

O armamento de Bolsonaro e o do povo

Ao contrário do que possa parecer, Bolsonaro não defende o armamento do povo

Uma das retóricas de Jair Bolsonaro ao longo de sua trajetória política é a defesa do armamento do cidadão, a flexibilização para o porte e posse de armas, e, recentemente a polêmica declaração de que o cidadão comum poderia comprar um fuzil.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que Bolsonaro não defende o armamento do povo tal como o concebe os revolucionários. Em grande medida, o que Bolsonaro quer fazer é regulamentar uma realidade já existente, ou seja, aquela em que uma classe social vive armada contra outra.

É simplesmente oficializar o porte de armas para aquelas pessoas que já as possuem. Todos os latifundiários brasileiros possuem armas e jagunços armados com os mais variados calibres. Armas de curto alcance, metralhadoras, fuzis de assalto, e outras armas de caça, todas fazem parte do arsenal do latifúndio contra o trabalhador da terra.

Também é de conhecimento público que os ricos são pessoas que estão armadas, especialmente para proteger suas riquezas. Seja diretamente, com porte facilitado, seja indiretamente, através das empresas de segurança particulares que guardam o patrimônio dos endinheirados, que promovem sua segurança pessoal, etc. Muitos dos milionários sequer dependem das forças repressivas do Estado, e preferem uma segurança sua, particular.

Por outro lado, Bolsonaro visa agradar todo um setor da classe média histérica, a mesma que odeia pobres, negros, etc. A classe social que está em contato mais próximo com a desgraça social. Os profissionais autônomos, pequenos empresários, enfim, toda uma camada social que defende o jargão fascista de “bandido bom é bandido morto”. Esse é o armamento defendido por Bolsonaro, não o armamento da população pobre.

O armamento que os revolucionários defendem é aquele em que toda e qualquer pessoa possa ter armas para defender seus direitos, sem qualquer restrição. No máximo, qualquer impedimento seria de ordem técnica. Finalmente um direito só pode existir na medida em que ele possa ser defendido diante de qualquer ataque.

A esquerda, demagoga de tudo, afirma que seria melhor um prato de feijão que um fuzil, na tentativa de fazer oposição a Jair Bolsonaro. Quando, na verdade, com um fuzil na mão é bem mais fácil conseguir feijão.

O abandono da reivindicação da luta armada do povo revela um retrocesso muito grande dentro da esquerda. Retrocesso verificado, por exemplo, na luta do Taleban no Afeganistão, na expulsão dos norte-americanos do país, no que a esquerda se colocou contra se baseando em uma posição identitária abertamente reacionária.

Bolsonaro não sonha, nem em seu pior pesadelo, armar a população pobre e trabalhadora. Qualquer representante da burguesia, em qualquer lugar do mundo, sabe muito bem que o povo armado é mais da metade do caminho andado para a revolução, ou um tremendo problema para impor a vontade dos poderosos. Esse é um dos exemplos deixados pela luta no Afeganistão.

Os Panteras Negras, nos Estados Unidos, também já fizeram a experiência. Com armas na mão foi possível reduzir e mesmo acabar com a repressão policial. Por anos a fio os policiais só puderam observar os negros em seus bairros, que eram patrulhados 24 horas por moradores armados. Foi a única saída. 

Isso sem mencionar as revoluções todas, especialmente a Revolução Russa, feita por gente armada que, pelo feijão, pôs abaixo o governo dos poderosos, em exemplo a ser seguido pelos povos oprimidos de todo mundo. 

Nesse sentido, tanto a esquerda demagoga quanto Bolsonaro possuem a mesma política. Armas só se for para a burguesia, o resto do povo que aceite a ditadura, calado, subjugado por centenas de milhares de agentes da repressão.

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