Nesta quinta-feira, 1º de abril, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou os dados do comércio exterior do país no mês de março. O destaque principal no setor agrícola foi o aumento significativo da importação de soja, que bateu o recorde, com aumento de 215% em relação a março de 2020 e o total importado sendo de 79 mil toneladas. As exportações atingiram US$24,5 bilhões com aumento de 28%. Já as importações tiveram aumento de 52%, chegando ao montante de US$23 bilhões. O saldo foi positivo em 1,5 bilhões de dólares.
Os percentuais são o resultado da comparação com o mesmo mês de 2020. Foi considerado o preço do dólar médio em março de 2021 como sendo de R$5,64 reais. Também houve aumento de importação de medicamentos em 53%, cereais como milho e trigo onde os aumentos foram de 65% e 8% respectivamente. Os adubos tiveram crescimento de 11% e os agrotóxicos 80% em relação a março de 2020.
No período, as exportações da soja cresceram 37% com o total de 14 milhões de toneladas. O açúcar também continua tendo destaque nas exportações com um volume de 2 milhões de toneladas totalizando 640 milhões de dólares.
Segundo matéria do jornal golpista Folha de São Paulo, o aumento significativo da importação de soja seria justificado pelo atraso momentâneo na colheita. No entanto, o país também tem batido recordes de exportação. A importação feita sob o pretexto de atender o mercado interno não explica porque as exportações tem sido feitas acima da capacidade do estoque interno – a quantidade a ser armazenada no País para manter o controle dos preços e a oferta para o mercado nacional.
A explicação para isto é que com a alta do dólar, os grandes latifundiários viram um grande oportunidade de vender seus produtos para os estrangeiros, dado que a relação dólar vs real favorável serviu de incentivo para que os estrangeiros comprassem mais soja do que de costume, até para se prevenir diante da pandemia. Enquanto os estrangeiros compravam soja para aumentar seus estoques de alimentos, o Brasil queimava seus estoques para que um grupo seleto de grandes latifundiários e empresas enchessem os bolsos com muito dinheiro.
Foi com essa política baseada no lobby do latifúndio que o governo golpista de Bolsonaro fez com que o País importasse um quantidade gigantesca do produto que é o maior produtor mundial! O resultado desta política completamente contra o próprio País veio rápido, os preços de produtos básicos da alimentação explodiram de preço. Ou seja, o povo brasileiro, indiretamente, foi obrigado a bancar o lucro extraordinário destes capitalistas.
O desenvolvimento da economia nacional fica relegado a segundo plano para privilegiar o lobby dos capitalistas monopolistas internacionais, os imperialistas. Estes que ganharam muito mais dinheiro durante a pandemia. Esse ato demonstra a falta de compromisso com o desenvolvimento nacional.
Por fim, o dado do recorde da importação apenas comprova como o governo golpista de Bolsonaro é um verdadeiro inimigo do desenvolvimento nacional. Utilizou a crise econômica, agravada pela pandemia, como uma desculpa para repassar a crise e o aumento dos preços para o povo. Isso enquanto os capitalistas acumulavam ainda mais riqueza, com ganhos acima do comum em detrimento da degradação total da economia nacional.