No primeiro ano da pandemia em 2020, os dados de ocupação da mão de obra no Brasil, indicam que o povo negro teve salários 73,3% menor que o restante da população. Além disso, a informalidade também bateu mais forte na população negra: foram 44,7% na população negra contra 33,8% do restante da população. A fonte é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A renda média da população branca foi de R$3.000 e da negra de R$1.700, deixando uma diferença de R$1.300 a menos nos salários dos negros. Na pandemia, a desigualdade racial persiste, nos altos cargos e em todas as faixas de escolaridade. O mesmo ocorreu com a desigualdade de gênero, onde as mulheres recebem 28,1% menos que os homens. Esse percentual corresponde a R$ 600 reais no salário. Os dados são da matéria do jornal Nexo.
Não é nenhuma novidade que a população negra é de longe a mais atacada. O que esses dados indicam é que com a gigantesca crise econômica piorada pela pandemia, mostraram que a desigualdade continua acentuada.
São os negros, as mulheres que também fazem parte do conjunto da população trabalhadora que sofre os impactos das crises e da pandemia do COVID-19. As bases do sistema continuam as mesmas.
O sistema acumula de um lado uma enorme quantidade de riquezas e do outro fome e miséria. Isso é assim desde a origem do capitalismo e só vai mudar quando ele se esgotar por completo e a classe mais numerosa, trabalhadora, finalmente chegar a ocupar o lugar da burguesia imperialista e sanguinária.
Felizmente esse momento se apresenta mais uma vez, e é notório que o sistema se encontra na UTI, prestes a apresentar óbito. Nesse sentido é que se faz necessário que a classe operária brasileira e mundial se organizem e vão para as ruas, porque é nas ruas que a derrota final do capitalismo irá acontecer.
As bases precisam pressionar suas direções, cobrando encaminhamento político, preparando a luta para a etapa final que é a tomada do poder definitivamente. Como as direções dos movimentos sindical e sociais estão paralisadas, tendendo à capitulação, é preciso que a base pressione e cobre ações para enfrentar o genocídio econômico e social contra os trabalhadores, já que a burguesia continua acumulando riquezas à custa da fome e miséria dos trabalhadores.
A situação, pior para os trabalhadores negros que para os brancos, é consequência da política neoliberal aplicada pelo estado burguês, cujo objetivo é continuar a aumentar a renda dos capitalistas, retirando direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores. As privatizações vão no mesmo sentido, um patrimônio que é público, é transferido a preços irrisórios ao capital nacional e internacional, garantindo aumento dos lucros e ao mesmo tempo diminuindo recursos do país que poderiam ser utilizados para gerar emprego e desenvolver a economia do país.
Essa política de terra arrasada contra os trabalhadores em todo o mundo é indicativo que o capitalismo não tem mais políticas conciliatórias eficazes, e precisam tirar tudo dos trabalhadores, pela força e na marra, e assim a luta de classes se eleva a temperaturas já insuportáveis, e a qualquer hora levará a uma explosão.


