Na última quinta-feira, dia 14 de outubro, véspera do feriado de 15 de outubro, o dia dos professores, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em primeira votação, a proposta de destruição da previdência municipal encaminhada ao plenário golpista pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) há menos de um mês. A proposta foi aprovada pelo quórum mínimo – 37 votos, com 16 votos contrários. Os votos contrários foram 16 no total e dados por seis vereadores do PSOL, seis do PT (o placar final não mostra os votos de Arselino e Jair Tatto, que votariam contra) e por quatro parlamentares mais próximos da base aliada: Sonaira Fernandes (Republicanos), Delegado Palumbo (MDB), Eliseu Gabriel (PSB) e Faria de Sá (PP).
Enquanto milhares de servidores municipais protestavam fora do plenário contra o aumento da idade mínima e o fim da isenção para inativos, os vereadores golpistas encabeçados por Fernando Holiday do PSDB/MBL, que xingava os professores municipais aos brados, de “vagabundos” e Milton Leite (DEM), presidente da Câmara, que nas galerias ameaçou de ordenar a prisão de manifestantes que lutavam contra o roubo de seus salários e aposentadorias, encaminharam a aprovação em 1° turno deste crime contra 123 mil servidores da ativa e cerca de 80 mil aposentados na capital paulista.
Apesar de fazer menos de 3 anos que o golpista Bruno Covas aprovou o Sampaprev 1, onde impôs o aumento do desconto mensal para a previdência a todos os servidores públicos, de 11% para 14%, num aumento de arrecadação de cerca de 30%, gerado pela expropriação dos servidores, a gestão do golpista Ricardo Nunes alega, mentirosamente, que a reforma é necessária para reduzir o déficit previdenciário da cidade de São Paulo de R$ 171 bilhões para R$ 60 bilhões nos próximos 75 anos.
O novo roubo, desta vez a praticamente 200 mil servidores, da ativa e aposentados, se ampara na reforma da previdência nacional aprovada após o golpe de Estado de 2016 e se dará pelas seguintes medidas elaboradas pela direita golpista municipal, que prevê:
A elevação da idade mínima de todos os servidores para a concessão do benefício, que para conseguirem se aposentar com o salário (quase) integral, já que o valor é calculado pela média salarial dos anos de trabalho, terão de trabalhar 40 anos. Qualquer outro servidor que não consiga chegar a tamanha carga anual para a aposentadoria, e se aposente, por exemplo, aos 25 anos de trabalho, receberá apenas 70% da média de todos os seus salários. Os servidores da ativa, de acordo com o projeto, ainda podem ter a qualquer momento, de acordo com a vontade dos governos capitalistas, sob a alegação de déficit atuarial a aumentar o percentual de descontos previdenciários da noite para o dia, podendo estes descontos ultrapassarem à 20% dos salários. Além destes brutais ataques, outro terrível é a tributação em 14% de todos inativos que recebem acima de um salário mínimo por mês.
Para aprovar este brutal ataque que sequer seguiu os “protocolos” legais da Câmara dos Vereadores, como aguardar a conclusão dos trabalhos da comissão de estudos sobre esta reforma, o governo fascista usou de toda a sua tropa de recursos para atacar os servidores como a compra de vereadores (fenômeno usual da direita), com recursos financeiros para as bases eleitorais destes e readequação de cargos para as bases políticas destes venais seres. Se utilizando inclusive de vereadores da base aliada do governo que votaram a favor da reforma da Previdência diretamente de Dubai, nos Emirados Árabes.
E nesta mega operação entrou também o MBL (Movimento Brasil Livre), agrupamento fascista, que financiado inclusive pela direita imperialista, e que teve participação importante no golpe de Estado contra Dilma Rousseff e nos ataques ao PT e sua principal liderança Luíz Inácio Lula da Silva, arregimentaram além de alguns bate paus, também alguns “jovens” para provocar e humilhar os servidores públicos que estão passando pelo momento mais terrível de suas histórias. Fato que gerou revolta entre os servidores e levou vários servidores a irem pra cima dos fascistas, que por fim voltaram a se esconder no estacionamento da Câmara dos Vereadores.
Além dos fascistinhas pagos, seu chefe, Fernando Holiday, do plenário da Câmara estimulava os fascistas de dentro e de fora da Câmara a humilharem e fazerem chacotas dos servidores, como pode ser visto no vídeo a seguir.
Vídeo com Fernando Holiday humilhando professores:
Este é mais um exemplo que mostra a necessidade de expulsar a direita das mobilizações dos trabalhadores e exigir que as direções da esquerda pequeno burguesa, como é o caso de dirigentes do PC do B, que trouxeram para os atos da esquerda a direita (PSDB, MBL, Revoltados on line, entre outros), rompam com essa política, sob pena da revolta dos trabalhadores também se voltar contra esses setores da esquerda que levam a política da frente ampla.
A esquerda não pode se aliar com a direita, porque isso é uma política totalmente antidemocrática, passando por cima das bases trabalhadoras. Porque em atos dos trabalhadores, nossos inimigos não terão vez. Veja a seguir os servidores e companheiros do sindicato dos servidores de São Paulo, colocando pra fora a escória direitista do MBL:
Uma pesquisa recente realizada por cientistas sociais da USP nos últimos atos da esquerda em São Paulo, mostrou que 71% dos manifestantes dos atos Fora Bolsonaro são contra o MBL e a direita nos atos. Corroborando estes dados tivemos vários episódios como o caso de Ciro Gomes que foi amplamente repudiado no ato pelo Fora Bolsonaro em 2 de outubro, na avenida Paulista, ou dos militantes do PT e do PCO e independentes que expulsaram o PSDB da Avenida Paulista, no ato de 3 de junho: os trabalhadores não admitem a direita nos atos.
Cada vez mais, os trabalhadores e a militância da esquerda estão enxergando isto, então: Fora MBL! Fora PSDB! Fora Ciro Gomes! Fora Bolsonaro! Os trabalhadores passarão por cima de vocês, nem que seja na porrada.